sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Vida de Pila

Estávamos, noutro dia, em amena cavaqueira e, para não variar, num chorrilho de pensamentos dignos de prémio Nobel quando demos por nós a comentar a vida de uma Pila. Muitos de vós estar-se-ão a perguntar o que fazemos na vida para termos tempo de pensar nestas coisas. Eu próprio, se estivesse desse lado questionava o mesmo. A resposta certa é, com certeza, a primeira que vos veio à ideia: NADA! É, de facto, isso, mais coisa menos coisa (sempre que podemos optamos pela “menos coisa”).

Astutos que são os nossos leitores (são 3 ou 4 e gosto de colocar os meus pais num patamar de inteligência superior) já terão reparado que me dirijo à Pila com letra maiúscula. Se nunca assim se tinham dirijo ao tão famigerado membro, a partir de agora, pensem duas vezes. Pila é, a meu ver, um ser (por vezes pouco racional), de personalidade própria em tudo idêntico ao chamado Ser Humano. É bem dotado (em alguns casos) de uma cabeça, de um corpo e dois membros inferiores de forma oval protegidos por uma meia comum. Não raras vezes é apelidado de rebelde, sacaninha e, há quem diga (eu desconheço), preguiçoso ou até precipitado. Tudo características, perfeitamente, aplicáveis a seres ditos humanos.

Como qualquer outro ser tem momentos de maior e menor alegria sem, no entanto, nunca ninguém querer ouvir a sua opinião. Resolvemos então pedir a alguém que fosse escutar uma diálogo entre uma Pila e o Homem que a carrega. Eis a súmula (como diz Maria Flor Pedroso) em discurso directo:

Pila: “Fdx, lá vem esta outra vez… É sempre a mesma!”

Homem: “Vá, cala-te e trabalha!”

Pila: “Cala-te e trabalha? Vê-se mesmo que não és tu que ficas às escuras!”

Homem: “Mas afinal quem é que manda?”

Pila: “Sou eu!”

Homem: “Vá, cresce e aparece.”

Pila não responde e cruza os braços amuada.

Homem: “Olha que vou buscar o azulinho… É melhor trabalhares.”

Pila continua sem responder e de beicinho. O Homem levanta-se, enche um copo com água e toma o azulinho.

Pila para si própria: “Oh não! Vem aí a polícia de choque!”


Moral da história: a pila em tudo se assemelha a um homem do povo; amua, revolta-se, faz greve mas a última palavra é sempre de quem manda.


4 comentários:

Paulo Pereira disse...

Estivessemos em Hollywood e já tinhamos aí uma curta de animação! Para a voz da Pila eu escolheria o Octávio Machado. Sugestões?

Unknown disse...

E o homem podia ser o Cláudio Ramos ou o Daniel Nascimento, não?

Paulo Pereira disse...

ai percebia-se claramente o porquê da pila não querer ficar às escuras. Pelo menos sem sensitive!

Unknown disse...

Lanço o desafio.....E que tal uma história sobre a vida da correspondente feminina? Gostava de saber o que saía daí!