sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A Crise

Bom o Natal já passou, portanto já se pode troçar outra vez.

Ai a crise... Tenho uma teoria que é a seguinte: as crises são mais ou menos a mesma coisa que o Benfica. Ameaçam que este ano é que é, este ano é que é, e depois a coisa acaba por nunca se verificar na extensão que se pressupunha. Infelizmente, de tempos a tempos a coisa dá-se verdadeiramente (vide época 2004/2005). Parece que é para o ano que vamos todos ter que comer açorda e sopa. A mim não me faz muita confusão, porque até aprecio bastante açorda, mesmo que não tenha gambas, e sopa também, desde que não seja canja. No dia da canja vou jejuar.

Para minimizar ao máximo as perdas, os bancos estão a apostar forte, feio e, acrescento eu, tolamente, em inundar-nos a vista de publicidade. Publicidade esta onde existem duas palavras-chave: confiança e Filipe La Féria (por acaso se calhar são quatro palavras-chave. Um nome próprio conta como uma palavra-chave, no sentido de definir a entidade a que nos referimos, ou corresponde, neste caso a três?)

A coisa começou a ficar estranha com o reclame da barbearia, onde Jorge Gabriel discutia PPR's e Contas Poupança com o barbeiro Barbosa. Inerente a essa conversa existia todo um sub-texto, onde se podia ler que a confiança que se tem no barbeiro é a mesma que se tem no Millenium. Sim senhor. A palavra-chave é confiança. Os bancos estão no negócio da confiança. Muito bem pensado. Talvez não tão bem executado, mas passa.

Mas, depois de estranha, a coisa azeda mesmo. SOLID! SOLID AS A ROCK!! yeahhhhhh yeah!..... O vosso banco é sólido como um calhau? É pior que granito? E bom gosto? Não? Para já, põem um tipo com um ar algo torto e uma rapariga com uma guitarra a gritar em cima de um monte. Ouve-se o tal SOLID! e, qual grito de acasalamento, começa a sair do meio das silvas uma série de gente, cuja principal preocupação é não escorregar nos calhaus e ficar a vida toda a beber de uma palhinha. Muita confiança que isso me inspira, não haja dúvida. E é aqui que eu presumo tenha entrado o La Féria.

Do outro lado da rua, na sede do Millenium, alguém viu isto na televisão. "Epá, estes tipos tiveram uma grande ideia!". "Ai, tiveram?", pergunta alguém com dois dedos de testa. "Então não percebeste a analogia?? Solid as a rock...sólido como uma pedra. O banco. É sólido. Como uma puta duma pedra. Isto é uma mensagem subliminar fortíssima pá!". "Pois...eu tinha percebido à primeira...". E assim foi. No dia seguinte, tínhamos um jovem com ar de engraxador de sapatos e a Bárbara Guimarães a cantar em cima de um cacilheiro. Ah e o miúdo tem uma boina. E, entre nós que ninguém nos lê, a Bárbara dá-lhe nos ácidos, visto aquele grau de esbugalhamento de olhos e aquela narsa sempre escancarada não serem de todo normais. E é aqui que eu presumo tenha entrado o La Féria.

Deixo-vos aqui a letra deste musical em pontinho pequeno, para poderem cantar a plenos pulmões!

Juntos rumando ao futuro

O Sol vai trazer
a esperança
novo dia
ventos de mudança
nos trará.

Nunca esqueças
que a vida
é mesmo assim
que toda a tormenta
tem um fim.
Na nossa jornada
desistir é nada
Estaremos contigo aqui
Unidos em tudo
Rumando ao futuro
E sempre perto de ti.

Termino perguntando onde andam os meninos extremamente altos, escanzelados, desengonçados e com cabelo à Songuku, quando precisamos de um.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Álbuns de Natal

Natal! Chegamos inevitavelmente a esta bonita época do ano, onde as imagens iconográficas são: as frutas cristalizadas, o caos nos centros comerciais, as peúgas, as renas e um homem balofo vestido de vermelho. Mas, apesar de isto ser já o suficiente para tornar este período do ano esplêndido, fica ainda a faltar-nos a banda sonora apropriada. É por isso que alguns indivíduos perdem algum do seu tempo a criar trilhas sonoras natalícias para que nós possamos desfrutar. Se o conjunto dos álbuns de Natal for um bolo-rei, estes são sem dúvida os 2 brindes:

Produto Internacional

O álbum chama-se "A Colbert Christmas: The Greatest Gift of All", e é uma cortesia do senhor Stephen Colbert e de amigos como Elvis Costello, Willie Nelson, John Legend e até Jon Stewart. Uma hora de comédia musical extremamente cativante é o que podemos esperar neste alegre álbum de Natal. Que para além disso gerou uma divertida troca de palavras entre Stephen Colbert e Kanye West, iniciada em directo no The Colbert Report. Para já têm de abrir o link (até eu arranjar maneira de colocar aqui o vídeo):

http://www.colbertnation.com/the-colbert-report-videos/211966/december-01-2008/operation-humble-kanye

Produto Nacional

“As mais belas Canções de Natal para a Pascoa”, por João Manzarra apresentador do Curto Circuito na Sic Radical. Eu não sabia que este programa ainda conseguia proporcionar umas boas gargalhadas á malta, mas também ñ sei se este projecto é a título individual ou idealizado no seio do programa. De qualquer das formas, as músicas são de grande gabarito, inteligência e são obrigatórias para este Natal. “Natal na Pistodance e “Pudim de Natal” são sem dúvida os temas mais marcantes deste artista revelação da música nacional. Basta clicar para deixarem a magia acontecer (atentem ás rimas):

domingo, 21 de dezembro de 2008

Titiriri Recomendação Musical! Titiriri

A ordem parece ser: abaixo os CD's, viva os EP's! Talvez, por serem mais em conta, por faltar tempo para ouvir um CD inteiro da maneira que foi pensado e concebido, porque é mais fácil adorar três músicas que treze e porque, disse-me um parente, existe uma coisa chamada Emule e outros que tais. (se quiserem saber a que se referem os tais, deixem um comment e eu dou-vos o mail do meu parente. Ele percebe muito de computadores e da Internet.) Assim sendo, aqui ficam dois exemplares dessa forma de vender música. Primeiro, porque são portugueses, Soulbizness. Soul, funk, rock, tudo pa BIMBY e puff.

http://www.myspace.com/soulbizness  

10452797

Depois, a nova protegida de P. Diddy, que ultimamente por entre Danity Kanes e programas de televisão, vai encontrando tempo para promover coisas engraçadas. Como este EP, depois transformado em CD, de Janelle Monae "Suite I - The Chase"

http://www.myspace.com/janellemonae

1187978547

E pronto, espero que desfrutem. Para acabar mais um link que pode dar jeito. Beijinhos e até à próxima.

http://www.vorwerk.com/pt/thermomix/html/

Entuba-te

Está a faltar qualquer coisa a este blogue... Assim... Já sei, a palavra certa é porcarias. É isso mesmo precisam-se porcarias neste blogue! Pelo menos eu acredito que sim.
Ora sem mais demoras, Gunther e as Sunshine Girls. Como diz o outro, SOLTA O BEAT PORRA!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Perdidos outra vez

Eu sou um consumidor de séries televisivas, não direi ávido porque cinjo-me a meia dúzia delas. Vou vendo o Californication, o The Office, o Entourage, o Mad Men, algumas destas séries vão inclusivamente chegando ao final das suas temporadas. Quero destacar o final em grande estilo da quinta temporada da série Entourage (TURTLE!) em contraponto com os restantes episódios que foram bastante medíocres. No último episódio onde apareceram grandes ícones cinematográficos, deu-se o regresso a Nova York, o que permite augurar um futuro reluzente. Mas apesar da indubitável qualidade destas séries, sinto falta de algo grandioso. É como se estivesse a mesa de um bom restaurante a comer aperitivos á espera do prato principal. Neste caso, o prato principal é a série Lost, sem dúvida a melhor entre as melhores. A espera está a chegar ao fim. Lost vai voltar, na sua quinta temporada, quarta-feira dia 21 de Janeiro de 2009 com um episódio especial de 2 horas.

O meu primeiro contacto com Lost aconteceu quando comecei a ver alguns episódios avulsos na RTP1. Achei desde logo alguma piada aquilo, um avião cai numa ilha tropical, algumas dezenas de sobreviventes, uma jornada que não se adivinhava fácil. As personagens eram interessantes e o facto de estarem numa ilha, num ambiente fechado permitia fazê-las crescer e enriquecer. Mas isso poderia ter o seu lado negativo, poderíamos ter um sentimento claustrofóbico. Os flashbacks e posteriormente flashfowards, permitem que o espectador possa sair da ilha e respirar. Mas como o visionamento não era continuo, começavam a faltar algumas peças ao puzzle, começava a perder o trilho as centenas de teorias criadas. Então quando na segunda temporada, á frente dos meus olhos brota uma nuvem preta no meio da floresta tropical … eu pensei, isto ñ é para mim … consequentemente deixei de ver.

Passado algum tempo, quando a terceira temporada já ia avançada, decidi espreitar para ver como paravam as modas. Grande extravagância, fantasia, novas personagens, sobretudo Benjamin Linus brilhantemente interpretado por Michael Emerson. Alto e pára o baile! Tenho de ter paciência e arranjar as 3 primeiras temporadas. Decidi então que teria de ver tudo a eito desde o início. Episódio após episódio, ia achando tudo magnífico, até quando chegou a quarta temporada que é para mim a melhor de todas e acabei por me tornar num Lostmano. Na demanda pela sobrevivência, nas primeiras temporadas, nota-se uma ambiguidade entre a ciência e a fé, uma espécie de embate entre ambas. Com o avançar do tempo, a fantasia, a mitologia e a ficção cientifica vão saindo detrás do pano e assumindo uma posição central. Tiro a minha cartola aos criadores Damon Lindelof, J. J. Abrams e Jeffrey Lieber por teram concebido este grandioso espectáculo pirotécnico, que permite que a série seja muito mais do que um Survivor ficcional. O encurtar do número de episódios por temporada também é um dado significativo, pois permite que a história flua com mais rapidez, ao contrario do que acontecia quando tinha mais de 20, onde acabava por engonhar.

Esta quinta temporada trará com certeza grandes revelações. Parece que o Jin Kwon vai voltar depois de supostamente ter morrido. Mas em Lost quando é que podemos dizer que uma personagem está realmente morta? Resta saber em que espaço temporal vai voltar. E até aquele gigante pé de pedra que apareceu na segunda temporada vai ganhar vida. Mas a grande questão para esta quinta temporada é saber onde vai parar o raio da ilha. O Sôr Ben chegou-se ao pé da alavanca, girou-a e agora? Parto do princípio que tem de estar rodeada de água por todos os lados, mas isto em Lost nunca se sabe (na minha piscina não está porque eu vou lá espreitar todos as manhãs). Para além desta temporada, esta programada mais 1 para terminar até 2010. E em principio acabará mesmo por aí até porque a possibilidade de filme foi completamente rejeitada por parte dos criadores da série (menos um disparate que se comete). Vamos então voltar á ilha …

sábado, 6 de dezembro de 2008

Invaders Must Die

Depois de mais um marco na história do nosso arrebatador blogue, com a criação da rubrica Playlist Mensal senti-me também motivado a dar uma pequena contribuição musical. Vou falar da banda britânica The Prodigy, uma das maiores referências da música electrónica e do lançamento do seu quinto álbum que irá acontecer dia 2 de Março 2009. O álbum irá chamar-se “Invaders Must Die” e será composto por 11 faixas. O título não é certamente do mais jovial que podemos encontrar no universo musical, mas não importa porque está dentro da filosofia impetuosa da banda. Destaco 2 músicas, “Worlds on Fire” e “Warriors Dance”, que no verão passado tive a oportunidade de escutar num concerto na cidade do Porto, são absolutamente selvagens. Eu sou um grande apreciador do trabalho desta malta e tenho grandes expectativas para este novo álbum, ainda para mais quando eles o consideram um regresso ao passado. Agora é uma questão de esperar, não só pelo novo álbum mas também pelo regresso de Liam Howlett, Keith Flint e Maxim á Tugolândia.

Deixo-vos com o primeiro single que tem o mesmo nome do álbum, o vídeo não é nada de extraordinário ao contrário da música:

Botox Social Music Presents... Playlist December/08

Apresentado, no post abaixo, o pedido de desculpas pelo meu caro e ilustre colega neste mundo da blogosfera (termo muito acarinhado por Pacheco Pereira), informo-vos que surgirá aquilo que muitos ansiavam... a PLAYLIST MENSAL!
Sendo um dado comprovado que o Botox Social abrange todas as faixas etárias, grupos sociais, sexos (mais ou menos, dependendo da pessoa, claro), tudo e mais um pouco e vice-versa, não podíamos deixar de criar esta rubrica que se quer mensal. Com este espaço pretende-se dar a conhecer alguns novos artistas, velhos e assim assim. Como podem ver o critério para a escolha dos artistas está bem definido e longe de qualquer subjectividade.
Apresentados todos os pressupostos legais, vamos ao que interessa. Não, ainda não é o fim do post mas está quase!


Artistas do mês:
________________________________________________________________________

  • A primeira artista que vos queria dar a conhecer é Samantha James, uma menina de Los Angeles "especializada" em dance/soul music.
  • O outro artista é Miguel Migs, um rapaz de Santa Cruz (California) que começou a carreira como guitarrista numa banda chamada Zion Sounds. Felizmente, deixou a banda para nos presentear com músicas de grande qualidade.
________________________________________________________________________

.:: A lista que se segue contém outros artistas que não os acima referidos ::.

  1. Samantha James - Right Now
  2. Samantha James - Rise
  3. Samantha James - Living Without You
  4. Samantha James - Deep Surprise (Miguel Migs Remix)
  5. Miguel Migs - Let Me Be (Petalpusher Vocal)
  6. Miguel Migs feat. Sade - By Your Side (Naked Music Remix)
  7. Miguel Migs Feat.Sadat X - Shake It Up (Miguel Migs Salted Dub Deluxe)
  8. Dennis Ferrer feat. Karlon Brooks - How Do I Let Go
  9. Bob Sinclar - My Only Love (Exclusive Subliminal Mix)
  10. Dennis Ferrer - Touched The Sky (feat.Mia Tuttavilla)


terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Tecnologia, plásticos protectores e afins II

Ora Viva! Antes de mais pedir desculpas pelo longo interregno de posts, mas de repente, e todos ao mesmo tempo, decidimos fazer alguma coisa das nossas vidas. Assim sendo o tempo vai escasseando, mas prometemos ser mais regulares. Posto isto, vivas é uma coisa que quero também dar a mui estimada marca Acer! Aqueles que seguem regularmente este blog, e eu gosto de imaginar que são muitos, sabem da minha malfadada relação com computadores, sobretudo portáteis. A todos os outros recomenda-se a leitura do post "Tecnologia, plásticos protectores e afins". Ora o meu "desagradável", após 5 viagens muitíssimo desgastantes rumo à fábrica ibérica da Acer, em Barcelona, finalmente disse-me adeus. Estou triste e pesaroso, mas a vida tem que continuar. Foram três anos mágicos, e por eles quero agradecer-te a ti, "desagradável", e à Acer por tudo o que proporcionaram. E foi muito! Foi tanto, que recomendo vivamente a compra de um computador desta marca, a todas aquelas pessoas que sintam que a sua vida precisa de um niquinho mais de emoção e adrenalina. A experiência de vida que se ganha, depois de sermos os orgulhosos donos de um computador Acer, é qualquer coisa que fica. É um turbilhão de sensações. A emoção de ter um novo portátil, a inquietação quando as peças começam lentamente a deixar de funcionar, o cansaço causado por todo o trabalho necessário aquando do envio do computador para arranjo, a sensação de dever cumprido quando recebemos a mágica sms da fábrica a avisar da sua recepção, a alegria de vê-lo chegar numa qualquer carrinha DHL, a desilusão quando constatamos que o problema se mantém, até ao desespero final de não saber mais o que fazer! Só quem vive tudo isto pode saber a ligação de afecto que se cria entre Homem e Máquina. No entanto, como todas as relações tempestuosas, a nossa chegou a um ponto onde o amor era, apenas, doentio. Já não nos fazíamos bem, e sabíamos que tinha chegado o doloroso momento da separação definitiva.

Por isso, e com a maior cara podre que alguém pode apresentar, decidi requerer a substituição do equipamento, já depois até da garantia ter expirado. "Não tenho nada a perder", pensei. E assim foi. Para meu enorme espanto a resposta foi...positiva! Acabo de receber, há alguns dias atrás, um computador Acer, novinho em folha que veio ocupar o lugar do "desagradável"! Três anos depois de ter adquirido o meu "desagradável"! Quantas empresas fariam o mesmo pelos seus clientes? Não sei, mas não seriam muitas com certeza. A própria Acer só agora deve ter dado por falta de um computador, e começa a perguntar-se para onde diabos ele foi. Mas agora já ninguém mo tira, isso é que era bom!

002 003

Apesar da dor que a separação me está a causar, encaro tudo isto como um novo começo, uma nova oportunidade de ser feliz. Agora, que vai ser muito difícil esquecer os belos momentos que passei junto do "desagradável", lá isso vai... A isto se chama marketing meus amigos, criar ligações sentimentais com os seus clientes. Acer - 1 Grande número de restantes marcas - 0

P.S. Neste novo computador Acer, infelizmente, a situação dos plásticos protectores não se colocou visto os semíticos não terem colocado nenhuns. Que saudades daquela bela indecisão...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Que Grande Banhada parte II

As eleições americanas foram sem dúvida históricas, por múltiplas razões. A começar pela campanha que não se focou em questões raciais, mas sim na competência e nas ideias de cada candidato. E com seria de esperar (isto na América nunca se sabe), ganhou o melhor. Isto fez-me lembrar um antigo anúncio do papel higiénico Renova Black – Black why not? – Se é idóneo (suave) não importa se é preto, bege ou lilás. Mas existem já uns “intelectuais” a tentar generalizar, acham que o próximo Papa deve ser negro, que o próximo James Bond deve ser negro e por aí fora. Não sei se esse é o caminho que deve ser percorrido, mas em Portugal talvez seja uma boa solução. Portanto, senhor deputado do CDS/PP Hélder Amaral não nos coíba de desfrutar da sua competência política, encabece o seu partido nas próximas eleições legislativas! Em relação á problemática da discriminação social queria ainda deixar uma nota para a qual recentemente me chamaram a atenção: Os pensos rápidos foram claramente concebidos para pessoas caucasianas, para que não fossem notados na pele. Para pessoas de outras raças os pensos ficam bem visíveis, portanto senhores fabricantes vamos a mudar esta situação.

Mas se para quase toda a humanidade a vitória de Barack Obama foi o ideal, para o humorismo foi pernicioso. Que divertido seria a família Palin entrar todos os dias em nossa casa através das nossas televisões para fazer uma espécie de stand-up comedy, ainda por cima depois do dispendioso makeover. O comité nacional republicano gastou mais de 150 mil dólares em roupas, acessórios, cabeleireiro e maquilhagem para a ex-candidata à vice-presidência dos Estados Unidos Sarah Palin e respectiva família, provavelmente para tentar diluir a imagem de pacóvios dos icebergs.

Mas o propósito desta mensagem é mostrar que no estado do Alasca não são apenas vítimas os alces, os veados e os ursos polares, os perus também têm a sua conta. Ainda por cima em directo na televisão, vamos então aos 3 minutos de fama dos respectivos perus:



Para mim saber que existem pessoas que conseguem dar entrevistas nestas condições é de salutar, especialmente quando são avisadas por fotógrafos da mortandade que está a ocorrer nas suas costas e permitem que a entrevista continue. A tranquilidade e a alegria de Sarah Palin são impressionantes.

P.S. O que também é impressionante é a dimensão dos perus no Alasca, aqui em Portugal não devem ser alimentados da mesma forma.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Um Mundo Catita

FINALMENTE! Em Negrito e em maiúsculas para dar ênfase ao facto. Mas finalmente porquê? Porque chegou finalmente as televisões portuguesas a série “Um Mundo Catita” encabeçada por Manuel João Vieira e porque finalmente o Blogue Botox Social faz serviço público ao avisar toda a malta que esteja desatenta para este grandioso acontecimento. Pois é, esta série está pronta desde 2007, mas só agora uma televisão nacional teve o discernimento de a colocar na sua grelha de programas. Fica desde já uma palavra de apresso para a RTP2, que passa automaticamente para o top dos meus canais favoritos, ultrapassando a Fashion TV. A série tem 6 episódios de 30 minutos, foi filmada HDv e em película e tem como pano de fundo a época natalícia. A história centra-se obviamente em Manuel João Vieira, que para quem não conhece foi o mentor dos grupos musicais Ena Pá 2000, Irmãos Catita e Corações de Atum. Esteve quase para ser candidato á Presidência da República com duas propostas absolutamente geniais: vinho tinto canalizado e auto-estradas alcatifadas (só isto me faria recensear). Adivinha-se uma viagem atribulada ao inconsciente de Manuel João Vieira com momentos geniais e hilariantes. O Making of passou dia 16 de Novembro, mas a grande estreia está marcada para dia 23, domingo às 23h40 na RTP2 e é obviamente para ver em família. Deixo-vos com um trailer para abrir o apetite (até existe uma referencia ao “Sétimo Selo” de Ingmar Bergman).

domingo, 16 de novembro de 2008

Novo Governador do Banco de Portugal

O Botox Social é uma entidade suprema, infinita, perfeita e como tal tem o dever de arranjar solução para os problemas mais prementes da nossa sociedade. Perguntam vocês: Entre tantos, qual foi o escolhido? Trata-se da inadiável necessidade de retirar o Senhor Dr. Vítor Constâncio do cargo de Governador do Banco de Portugal e colocar alguém competente. Parece que o Senhor Governador foi completamente inoperante, por outros termos “dormia no pedaço” literalmente, quando se avolumavam as trafulhices no Banco Português de Negócios (BPN). Mais expedito foi o Ex-Patrão do BPN, José de Oliveira e Costa que está desaparecido á semanas, provavelmente a relaxar numa praia na Polinésia Francesa (já não o apanham, nem com mel). Consta que entre outras coisas enviavam milhões de euros para o Brasil ou Gibraltar ou seja lá para onde for através de empresas offshore. O Senhor Vítor Constâncio e a sua equipa deviam ter acompanhado atentamente este caso intervindo assim que necessário. Isto parece a história de um Bombeiro que tem de apagar um fogo em Monsanto, com labaredas enormes ou de um Polícia que recebe o aviso que está um homem num lar de idosos com uma caçadeira a matar velhinhos e responde: Agora não me dá jeito estou a acabar a minha sandes de Presunto! Isto das duas uma, ou não sabia o que se estava a passar porque foi desleixado ou sabia e não actuou porque foi incompetente (para não chamar outra coisa). Resumindo, o Senhor Vítor Constâncio deve demitir-se e deixar o lugar á disposição de quem sabe lidar com estes problemas. Mas quem é que sabe? É alguém que está em todo o lado e tudo vê (não somos nós (Botox Social) nem Deus), que tem uma relação íntima com todos os portugueses e que está desempregado e portanto disponível para esta aventura, para este novo cargo. A escolha Botox Social para Novo Governador do Banco de Portugal é … tan tan tan taann … o Ex-Boneco do Multibanco.



Não existe personagem mais credível para ocupar este cargo de tremenda responsabilidade (eu ainda pensei no Tio Patinhas). Ele foi recentemente destituído dos ecrãs das caixas de multibanco nacionais, certamente todos se lembram dele. É sem dúvida um indivíduo de grande carisma e charme, fazia tudo com extrema alegria, com os olhos esbugalhados e acima de tudo com as pernas cruzadas! Deixava-nos sempre á vontade até quando o saldo não nos permitia fazer o levantamento pretendido. Nada comparado com o palerma que se lembraram de colocar no seu lugar. O novo Boneco até pode estar mais de acordo com o momento que o nosso país vive, minimalista e de mãos no ar rendendo-se aos ladrões, mas não deixa de ser absolutamente ridículo. E pronto, o Botox Social cumpre mais uma vez as suas obrigações perante a sociedade.

SIEL 08

Pedimos desculpa pela demora mas finalmente aqui está… O Botox Social esteve presente para poder relatar, de viva voz, o que foi de porcalhice, o SIEL 08 aka Salão Internacional Erótico de Lisboa. E digo-vos meus amigos: houve muita porcaria. Por isso estamos felizes. Comecemos pelo início, sempre um bom sítio por onde se começar. O preço dos ingressos para tão belo certame era de 20€. Ainda nem tínhamos entrado, e já estávamos a ser en***bados. Depois deste começo lá fomos a medo, sempre com um olho no burro e outro no cigano.

Basicamente, o SIEL consistiu numa porção de um pavilhão da FIL, onde marcaram presença várias Sex Shops deste nosso Portugal, algumas casas de Striptease, e pouco mais. Dito assim pode parecer pouco e de facto era. Esperava-se mais, e diz quem esteve presente em outras edições que este ano estava mais fraquinho. O país convidado era o Brasil, não podendo por isso faltar as extraordinárias Caipirinhas Contra Natura, e algumas jovens desnudas com pele extremamente bronzeada. Daquele tom que só se consegue mesmo em terras de Vera Cruz. E um ar muito Dirty. Por exemplo:

P1020487

Mesmo não sendo convidados, os países de Leste marcaram também uma presença muito forte. Entrar assim à penetra pareceu-nos de extremo mau gosto. (tínhamos mesmo que utilizar o termo neste belo artigo).

P1020480

Voltando às Caipirinhas.

capirinha

Caipirinha Contra Natura. Caipirinhas e Afrodisíacos. Entendo isto como um esforço por abarcar, numa mesma empresa, o melhor que um país tem para oferecer, neste caso o Brasil. Caipirinhas e produtos ligados à indústria sexual. Muito bem pensado. No local de residência de dois dos membros deste blog, também existem esforços no mesmo sentido. Neste caso, falamos de MEJ – Pastelaria e Telecomunicações, o maior centro de indústria pasteleira e telecomunicações no raio de muitos metros à volta de um marco de correio, casa comercial esta já referida neste blog.

Posto isto, os shows. É verdade que aconteciam frequentemente, divididos por 4 estaminés de reconhecida qualidade. No entanto quem quisesse, digamos, bandalhice em privado tinha que desembolsar mais 30€, o que juntando aos 20 da entrada já constitui uma quantia considerável. Preço de Salão, diziam elas, sempre muito desnudas.

Mas, o que enchia verdadeiramente o olho (outra expressão muito apropriada para o post em questão), era a parafernália de produtos disponíveis nas diversas bancas de venda. O nível de detalhe de alguns produtos era verdadeiramente arrebatador.

P1020484

Reparemos no detalhe do sistema circulatório e na panóplia de cores utilizada em tão singular peça. E quem pense em utilidades esquisitas para lhe dar desengane-se. Este peça de olaria destina-se a armazenar um qualquer líquido, como se pode perceber pela torneira que ornamenta os c**hões da coisa. Espectacular e deveras útil. Vá-se lá saber porque, parece que este género de arte tem grande saída junto das Forças Armadas nacionais.

P1020485

Não podíamos deixar também de realçar “O” produto de excelência, quando falamos de sexo. A razão pela qual a internet teve a expansão que teve. Os filmes pornográficos. Aqui fica o nosso Top 4 (gostamos de inovar e achamos que o número 4 é claramente ostracizado no que toca a Tops. É sempre os 5 ou os 3), todos eles disponíveis para compra no SIEL 08.

EM 4º LUGAR…..

P1020486

NUM MUITO HONROSO 3º LUGAR….

P1020511

O PRIMEIRO DOS ÚLTIMOS…

P1020517

E O GRANDE VENCEDOR, INFELIZMENTE SEM CAPA DISPONÍVEL…

P1020482

Ah a imaginação desta gente….Por último, e como o post já vai longo, deixamos-vos com um pequenito regalo, o filme efectuado pela equipa do Botox Social de tão saudoso evento. Para o ano há mais! Ora degustem…


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Superman is the man

O filme de Christopher Nolan The Dark Knight está prestes a sair em DVD e os senhores da Warner Bros. fazem todos os esforças para lembrar os votantes nos Oscars que é um dos filmes mais marcantes de 2008. Epá deixem-se disso! É um facto que é um dos filmes mais salientes do ano, quanto mais não seja pelo número de espectadores que já registou, qualquer coisa a rondar o 1 bilião de pessoas por todo o mundo. E está longe de ser um mau filme, bem pelo contrário, tem fulgurantes cenas de acção e sobretudo um Heath Ledger brilhante com o seu megalómano e sádico Joker. Tudo o resto é exagero, até ao topo da tabela da IMDB este filme já chegou, durante um mês foi considerado o melhor filme de sempre, estando actualmente estacionado na quarta posição. De maneira nenhuma o trabalho de Nolan faz esquecer os fantásticos filmes de Tim Burton, a começar pela caracterização de Gotham City que para Nolan não passa de uma Chicago dos nossos tempos. O fato de Christian Bale para além de lhe conceder as capacidades super humanas de Batman concede-lhe também uma voz ridiculamente grave. Todas as galhofas e incongruências adjacentes a este filme estão bem explicitas na animação que se segue (Alien Vs. Bat):

Este filme não merece chegar ao Kodak Theater quanto mais ganhar a estatueta para Melhor Filme. E aposto que isso não vai acontecer, caso contrario penitencio-me … (deixa-me pensar numa coisa bem desagradável) … rapo o cabelo (Não! isso está muito visto e é estúpido) … percorro a Avenida da Liberdade de saltos altos (Não! é desagradável de mais e igualmente estúpido) … nunca mais entro numa sala de cinema! For your consideration…

domingo, 9 de novembro de 2008

007 - Quantum of Solace

O Botox Social é mais ou menos como Deus. Possui imensa sabedoria e, sobretudo, é omnipresente. Tanto assim é, que conseguimos estar presentes na antestreia de um dos filmes mais aguardados do ano. (Perguntam vocês como. Também não sabemos, mas parece que um tio de uma prima de uma irmã que adoptou alguém com malária, que tinha um sobrinho que tinha doado esperma, que por seu vez deu origem à Marta, que é nossa amiga, nos concedeu o privilégio de entrar.) De qualquer das formas, e como temos muito orgulho em ter estado presentes, queremos pavonear-nos um pouco. Para todos vocês, simples mortais, que não estiveram presentes aqui fica o convite:

007 001 

0072 001

Posto isto, a pergunta que todos querem ver respondida: É tão bom como Casino Royale? E a resposta meus amigos, infelizmente, é um rotundo.. Não. Quer isso dizer que é um mau filme? Também não, longe disso. Mas vamos por partes. Como já devem saber, este filme é a sequela de Casino Royale, a primeira no universo de James Bond, sendo que os acontecimentos iniciais retomam, com um lapso de poucos minutos, os últimos do filme anterior. QoS (Quantum of Solace) começa bem e promete. Infelizmente, e ao contrário de Casino Royale, desta vez não há material original de Ian Fleming sobre o qual trabalhar. E isso nota-se. O argumento é desconexo, sendo que o seu propósito parece ser apenas unir, de forma mais ou menos arbitrária, uma sequência de cenas de acção impressionantes, é certo, mas completamente injustificadas. A certo ponto dá ideia de conseguirmos ouvir os argumentistas: “Épa temos que meter aqui uma cena de acção num avião…”, “Mas como raio é que o vamos meter num avião?” E a justificação para tal sente-se sempre forçada.

No meio de toda esta histeria de acção, o filme acaba por ter bons momentos. Só é uma pena serem tão espaçados no tempo, porque quando ocorrem conseguem fazer-nos acreditar que, a partir dali, é que o filme vai ficar realmente gostoso. Mas depois disso, por norma, nova desilusão acontece.

E Daniel Craig? É Bond, ponto final parágrafo. Sozinho carrega o filme às costas, tarefa ingrata para qualquer actor, com uma brutalidade visceral e um à vontade que nos fazem investir emocionalmente e acreditar que Bond pode, de facto, existir. E ser mau como as cobras. Só é pena a pobreza extrema de todas as outras personagens e as caracterizações das mesmas, excepção feita a Judi Dench, agora com muito mais o que fazer.

A realização de Marc Forster é muito bem conduzida, sendo o filme belíssimo de ver, e a estilização deste universo, já presente em Casino Royale, é aqui elevada um patamar acima. As cenas de acção, principal preocupação de muitos dada a escola dramática deste realizador, são também elas bem conduzidas, com especial destaque para a sequência inicial e a final.

Para terminar, a maior surpresa talvez tenha sido a natureza inconclusiva deste filme. Talvez os produtores estejam a planear uma triologia, iniciada com Casino Royale, e da qual este será o volume central. Porque de facto QoS não inicia, nem tão pouco termina absolutamente nada. As dúvidas mantêm-se e não encontram resposta na resolução da personagem de Mathieu Almiric, vilão de serviço.

Apesar de ser díficil classificar QoS como um mau filme, depois de Casino Royale esperava-se mais. E é impossível afastar esse sentimento de perda em relação ao filme anterior. Talvez seja esse o problema, expectativas. Se ao menos este tivesse saído primeiro…

Classificação: Nem bom, nem mau, antes pelo contrário

Saco Azul


Esta semana foi finalmente conhecida a sentença no caso conhecido pelo Saco Azul. Para os mais distraídos, este caso envolve o município de Felgueiras e a Sra. Fátima Felgueiras.
Se alguém tem dúvidas que a Sra. Fátima está profundamente envolvida num caso escaldante com esta terra queiram, por favor, atentar ao apelido da referida Sra. Afinal, não é por dá cá aquela palha que se adopta o nome do "marido".

Vinha eu no carro (provavelmente para percorrer 100 ou 200 metros) quando oiço: "Fátima Felgueiras condenada a 3anos e meio.". Pensei: "Olá! A mulher deve estar desolada!". Enquanto tinha este profundo pensamento de empatia e tentando compartilhar a dor ouvi a Sra. proferir as seguintes palavras: "Agora recuperei a minha dignidade!". Será só a mim que isto cria fernicoques na ponta do dedo grande do pé esquerdo (isto ainda pode gerar alguma controvérsia devido aos tipos de pés)? Ora, quando uma pessoa é arguida, não passa precisamente disso. Arguida, aquela tão querida figura Portuguesa, prevê que sejamos presumidos inocentes. Pois bem, aquilo que eu posso concluir é que Fátima Felgueiras é, de facto, uma Senhora com S bem grande. Não está ao alcance de todos admitirmos a nossa própria essência. Quantas pessoas ouviram vocês dizer que foi feita justiça ou que recuperaram a dignidade depois de condenadas?

Dizem ainda por aí que Fátima Felgueiras fugiu para o Brasil. É mentira! Segundo consegui investigar o que se passou foi que a referida senhora foi ao tal país contratar um consultor de imagem. E deixem-me que vos diga, abençoado consultor!

Antes:


Depois:


Antes:


Depois:

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Que Grande Banhada

Toda a equipa do Botox Social saúda o novo presidente norte-americano, Barack Obama. Efusivamente. Mas como todos temos direito a opinião pessoal gostaria de deixar aqui a minha. Encontro-me neste preciso momento extremamente desapontado com o resultado destas eleições. As condições estavam todas reunidas para que esta fosse, de facto, uma eleição histórica. E no final, tudo a que tivemos direito foi esta bela decepção. A sensação é semelhante àquela que temos quando estamos a ver um filme muitíssimo empolgante, que sabemos tem tudo para acabar em beleza e depois puff... tudo se desmorona num grande monte de. Eu sei que não estou sozinho, que existem mais pessoas que se sentem como eu.
Afinal estas eleições aconteceram como teoricamente todas as eleições deviam acontecer. Campanha, debates e no final ganha o melhor. Mas e se...o cenário que eu, e muitos como eu, queriam ver era este: depois de uma campanha muito renhida McCain vence as eleições. Tão tão renhida que logo no dia seguinte McCain tem um ataque cardíaco (não que deseje a morte a ninguém mas neste caso, por imperativos legais, era mesmo necessário). Logo emerge presidente não Obama, não McCain, mas Sarah Palin, a governadora/assassina de veados! Epá que fartote que isto não ia ser. Todos os dias posts novos e fresquinhos, com conteúdos cómicos só possíveis devido ao extraordinário talento da agora presidente. Nem era preciso escrever mais nada. Só mesmo fazer copy paste e clicar na opção Publicar Mensagem. O mundo poderia andar de pernas para o ar, mas o PIB de gargalhadas e boa disposição seria o maior de sempre. E já o outro dizia "rir é o melhor remédio".



sexta-feira, 31 de outubro de 2008

In Bruges


Antes de começar a esmiuçar este tremendo filme, quero dizer que Bruges já recebeu a minha visita no passado. Já fui um turista nesta cidade medieval repleta de belos canais que como todos sabem (menos os americanos) fica na Bélgica. É sem dúvida tirada de um conto de fadas, no entanto e ao contrário do filme, esta cidade da Flandres não estimulou em mim qualquer tendência assassina, não me despertou qualquer apetência para a violência nem tão pouco vontade de correr loucamente com uma carabina na mão. Admito que a idiossincrasia de outras pessoas para tal possa ser diferente.

“In Bruges” conta-nos a história de dois assassinos profissionais, Ray (Colin Farrell) e Ken (Brendan Gleeson) que se retiram em Bruges por ordem do seu chefe Harry (Ralph Fiennes) para que possam arrefecer depois do último trabalho em Londres ter corrido mal. A reacção dos dois irlandeses perante a cidade é bem distinta, Ray abomina-a e quer voltar para Londres o mais rápido possível, enquanto Ken fica estarrecido pela sua beleza e tranquilidade. Com o passar do tempo a sua estadia vai-se tornando cada vez mais surreal devido a estranhos encontros com turistas, anões e prostitutas holandesas. O desempenho dos actores é fenomenal, com destaque para Colin Farrell que tem neste filme provavelmente o melhor desempenho da sua carreira. E ainda Ralph Fiennes que interpreta um homem de negócios londrino com constantes ataques de raiva, que apesar de chegar tardiamente ao filme tem o dom de elevar ainda mais a fasquia qualitativa do mesmo. Este é o primeiro filme escrito e dirigido por Martin McDonagh, vencedor de um Óscar com a curta-metragem “Six Shooter” em 2006 e o seu passado como dramaturgo está bem presente com um balanço quase poético entre a comédia e o drama. Muita coisa neste filme é levada ao extremo (não é para todos os estômagos), o humor com piadas sobre americanos anafados e guerras raciais de anões, e a violência ao melhor nível de David Cronenberg. Mas nada é descontextualizado, existe sempre um propósito para tudo. Não se pense que este filme é uma comédia ensanguentado de princípio a fim, existem também inesquecíveis momentos de romance e melancolia. O argumento escrito por McDonargh é magistral fazendo lembrar o que de melhor conseguem fazer Quentin Tarantino e Guy Ritchie. A banda sonora composta por Carter Burwell, conhecido por trabalhar com os Irmãos Coen, é igualmente notável. Ele consegue a tradução perfeita das ideias do filme para as teclas do piano. Resumindo este é um dos melhores filmes do ano, uma genuína obra-prima.


Harry - “An Uzi? I am not from the south center Los fucking Angels. I didn't come here to shoot 20 black 10 years old in the fucking drive-by. I want a normal gun for a normal person.”

Classificação: Orgásmico