quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Perdidos outra vez

Eu sou um consumidor de séries televisivas, não direi ávido porque cinjo-me a meia dúzia delas. Vou vendo o Californication, o The Office, o Entourage, o Mad Men, algumas destas séries vão inclusivamente chegando ao final das suas temporadas. Quero destacar o final em grande estilo da quinta temporada da série Entourage (TURTLE!) em contraponto com os restantes episódios que foram bastante medíocres. No último episódio onde apareceram grandes ícones cinematográficos, deu-se o regresso a Nova York, o que permite augurar um futuro reluzente. Mas apesar da indubitável qualidade destas séries, sinto falta de algo grandioso. É como se estivesse a mesa de um bom restaurante a comer aperitivos á espera do prato principal. Neste caso, o prato principal é a série Lost, sem dúvida a melhor entre as melhores. A espera está a chegar ao fim. Lost vai voltar, na sua quinta temporada, quarta-feira dia 21 de Janeiro de 2009 com um episódio especial de 2 horas.

O meu primeiro contacto com Lost aconteceu quando comecei a ver alguns episódios avulsos na RTP1. Achei desde logo alguma piada aquilo, um avião cai numa ilha tropical, algumas dezenas de sobreviventes, uma jornada que não se adivinhava fácil. As personagens eram interessantes e o facto de estarem numa ilha, num ambiente fechado permitia fazê-las crescer e enriquecer. Mas isso poderia ter o seu lado negativo, poderíamos ter um sentimento claustrofóbico. Os flashbacks e posteriormente flashfowards, permitem que o espectador possa sair da ilha e respirar. Mas como o visionamento não era continuo, começavam a faltar algumas peças ao puzzle, começava a perder o trilho as centenas de teorias criadas. Então quando na segunda temporada, á frente dos meus olhos brota uma nuvem preta no meio da floresta tropical … eu pensei, isto ñ é para mim … consequentemente deixei de ver.

Passado algum tempo, quando a terceira temporada já ia avançada, decidi espreitar para ver como paravam as modas. Grande extravagância, fantasia, novas personagens, sobretudo Benjamin Linus brilhantemente interpretado por Michael Emerson. Alto e pára o baile! Tenho de ter paciência e arranjar as 3 primeiras temporadas. Decidi então que teria de ver tudo a eito desde o início. Episódio após episódio, ia achando tudo magnífico, até quando chegou a quarta temporada que é para mim a melhor de todas e acabei por me tornar num Lostmano. Na demanda pela sobrevivência, nas primeiras temporadas, nota-se uma ambiguidade entre a ciência e a fé, uma espécie de embate entre ambas. Com o avançar do tempo, a fantasia, a mitologia e a ficção cientifica vão saindo detrás do pano e assumindo uma posição central. Tiro a minha cartola aos criadores Damon Lindelof, J. J. Abrams e Jeffrey Lieber por teram concebido este grandioso espectáculo pirotécnico, que permite que a série seja muito mais do que um Survivor ficcional. O encurtar do número de episódios por temporada também é um dado significativo, pois permite que a história flua com mais rapidez, ao contrario do que acontecia quando tinha mais de 20, onde acabava por engonhar.

Esta quinta temporada trará com certeza grandes revelações. Parece que o Jin Kwon vai voltar depois de supostamente ter morrido. Mas em Lost quando é que podemos dizer que uma personagem está realmente morta? Resta saber em que espaço temporal vai voltar. E até aquele gigante pé de pedra que apareceu na segunda temporada vai ganhar vida. Mas a grande questão para esta quinta temporada é saber onde vai parar o raio da ilha. O Sôr Ben chegou-se ao pé da alavanca, girou-a e agora? Parto do princípio que tem de estar rodeada de água por todos os lados, mas isto em Lost nunca se sabe (na minha piscina não está porque eu vou lá espreitar todos as manhãs). Para além desta temporada, esta programada mais 1 para terminar até 2010. E em principio acabará mesmo por aí até porque a possibilidade de filme foi completamente rejeitada por parte dos criadores da série (menos um disparate que se comete). Vamos então voltar á ilha …

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