sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A Crise

Bom o Natal já passou, portanto já se pode troçar outra vez.

Ai a crise... Tenho uma teoria que é a seguinte: as crises são mais ou menos a mesma coisa que o Benfica. Ameaçam que este ano é que é, este ano é que é, e depois a coisa acaba por nunca se verificar na extensão que se pressupunha. Infelizmente, de tempos a tempos a coisa dá-se verdadeiramente (vide época 2004/2005). Parece que é para o ano que vamos todos ter que comer açorda e sopa. A mim não me faz muita confusão, porque até aprecio bastante açorda, mesmo que não tenha gambas, e sopa também, desde que não seja canja. No dia da canja vou jejuar.

Para minimizar ao máximo as perdas, os bancos estão a apostar forte, feio e, acrescento eu, tolamente, em inundar-nos a vista de publicidade. Publicidade esta onde existem duas palavras-chave: confiança e Filipe La Féria (por acaso se calhar são quatro palavras-chave. Um nome próprio conta como uma palavra-chave, no sentido de definir a entidade a que nos referimos, ou corresponde, neste caso a três?)

A coisa começou a ficar estranha com o reclame da barbearia, onde Jorge Gabriel discutia PPR's e Contas Poupança com o barbeiro Barbosa. Inerente a essa conversa existia todo um sub-texto, onde se podia ler que a confiança que se tem no barbeiro é a mesma que se tem no Millenium. Sim senhor. A palavra-chave é confiança. Os bancos estão no negócio da confiança. Muito bem pensado. Talvez não tão bem executado, mas passa.

Mas, depois de estranha, a coisa azeda mesmo. SOLID! SOLID AS A ROCK!! yeahhhhhh yeah!..... O vosso banco é sólido como um calhau? É pior que granito? E bom gosto? Não? Para já, põem um tipo com um ar algo torto e uma rapariga com uma guitarra a gritar em cima de um monte. Ouve-se o tal SOLID! e, qual grito de acasalamento, começa a sair do meio das silvas uma série de gente, cuja principal preocupação é não escorregar nos calhaus e ficar a vida toda a beber de uma palhinha. Muita confiança que isso me inspira, não haja dúvida. E é aqui que eu presumo tenha entrado o La Féria.

Do outro lado da rua, na sede do Millenium, alguém viu isto na televisão. "Epá, estes tipos tiveram uma grande ideia!". "Ai, tiveram?", pergunta alguém com dois dedos de testa. "Então não percebeste a analogia?? Solid as a rock...sólido como uma pedra. O banco. É sólido. Como uma puta duma pedra. Isto é uma mensagem subliminar fortíssima pá!". "Pois...eu tinha percebido à primeira...". E assim foi. No dia seguinte, tínhamos um jovem com ar de engraxador de sapatos e a Bárbara Guimarães a cantar em cima de um cacilheiro. Ah e o miúdo tem uma boina. E, entre nós que ninguém nos lê, a Bárbara dá-lhe nos ácidos, visto aquele grau de esbugalhamento de olhos e aquela narsa sempre escancarada não serem de todo normais. E é aqui que eu presumo tenha entrado o La Féria.

Deixo-vos aqui a letra deste musical em pontinho pequeno, para poderem cantar a plenos pulmões!

Juntos rumando ao futuro

O Sol vai trazer
a esperança
novo dia
ventos de mudança
nos trará.

Nunca esqueças
que a vida
é mesmo assim
que toda a tormenta
tem um fim.
Na nossa jornada
desistir é nada
Estaremos contigo aqui
Unidos em tudo
Rumando ao futuro
E sempre perto de ti.

Termino perguntando onde andam os meninos extremamente altos, escanzelados, desengonçados e com cabelo à Songuku, quando precisamos de um.

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