quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ainda as Vulnerabilidades na Presidência da República

CavacoSocrates

Ui, que rebaldaria que para aqui vai! Imaginem os desgraçados dos jornalistas a correr desenfreadamente, suor a escorrer-lhes pela testa, câmaras e sacos de equipamento a baterem-lhes nas pernas, de comunicação para comunicação, do Largo do Rato para Belém, de sede de partido para sede de partido.

- Onde é que está a acção?!

- Parece que agora vai falar o vice do PSD!

- Então esse não era só às 22h?!

- Isso é o do PS! Não te despaches não!

- Porra pá! Nem dá para fazer um xixizinho?

- Faz como eu, dá-lhe à Comando!

Apenas um de muitos diálogos possíveis. Posta de parte a côdea, vamos ao miolo da questão. Começar por dizer que o decorador de interiores do Palácio de Belém é, com toda a certeza, heterossexual. Só assim se explica a extraordinária falta de gosto na palete de cores utilizada, mistura de verde pântano com castanho Cola-Cau, e a preocupação extrema em que tudo faça pandam. Não existe uma única peça distintiva em todo aquele cenário, para além de me parecer grave que, durante uma comunicação do Sr. Presidente da República, a primeira coisa em que se pense seja “A casa do Presidente é mesmo feiinha, mas vamos lá ouvir o que o homem tem para dizer.”

E ouvimos o que o Sr. Presidente da República disse.

E, basicamente, o que foi dito foi: O Sr. Presidente da República acha que o PS o tentou instrumentalizar. O que diz muito de como vão ser as relações de cooperação estratégica, com o Governo, daqui para frente. Vão portanto, sempre estrategicamente, tentar lixar a vida um ao outro. O que, a juntar a um Parlamento que mais parece um saco de gatos, significa docinhos para quem gosta de escrever sobre coisas engraçadas, e sopa dos pobres para a restante população. E para os que gostam de escrever sobre coisas engraçadas também. Mas alimentamos a alma. Voltando à instrumentalização, a mim parece-me que o PS fez claramente um favor ao Presidente da República, denunciando que existiam membros do seu gabinete que estariam a participar na elaboração do programa do PSD para as Eleições Legislativas. Pergunto quem é que se sente confortável a trabalhar ao lado de alguém que participou na elaboração de algo tão fraquinho!? Um programa de governo, para 4 anos entenda-se, com 39 páginas? Isto parece-vos capaz? 39 páginas tem um trabalho de faculdade, ou um livro da Margarida Rebelo Pinto! Em cada mês de governação vão levar a cabo 0,75 páginas do programa? Grande ritmo, não haja dúvida! E isto a contar com capa, contracapa, folha de verso etc. Porque bem vistas as coisas o programa tem 33 páginas! Obviamente que alguém que participou na elaboração deste documento não pode estar a aconselhar o representante máximo da nação portuguesa.

Há ainda a história do e-mail e do assessor-que-afinal-já-não-é-assessor-mas-que-parece-continua-a-trabalhar-no-gabinete-do-PR. E tudo isto se resume no seguinte: O nosso Presidente da República não percebe uma pevide de computadores. E afastou o tal assessor Fernando Lima. Porque mesmo ele não tendo falado passou-se a ideia para a opinião pública de que falou e como só quem fala em nome do Presidente da República é o Presidente da República e os Chefes da Casa Civil e Militar correu-se com este assessor para aprender a não invocar o nome do Presidente da República em vão. Mesmo que não o tenha feito. Confusos? Um bocadxinho só. E poderá alguém entrar no computador do Presidente da República, lendo assim os seus e-mails? Até aqui o parvo já ouviu falar em Spyware. E que raios, se entram nos do FBI não hão-de entrar nos tugas?!

Resumindo e baralhando: O autismo com que esta classe política continua a utilizar os meios de comunicação social, para fazerem passar recadinhos sobre as suas quezílias e questiúnculas que em nada contribuem para a melhoria dos graves problemas que assolam muitas famílias, mete um bocadinho de nojo. Vão lá perguntar aos tipos da Quimonda ou da fábrica de louças que fechou ontem, e que deixou 33 no desemprego, o que é que eles acham das escutas ao Presidente.

P.S. Mesmo assim, as coisas podiam estar piores. Em França, 24 funcionários da France Telecom cometeram suicídio nos últimos 18 meses! Devido a pressão no trabalho. Ora aí está algo que nunca aconteceria em Portugal. Duvido que existam 24 pessoas empregadas no nosso país.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vulnerabilidades na Presidência da República

E porque este blog é também um espaço de utilidade pública, aqui fica a declaração do Sr. Presidente da República, Anibal Cavaco Silva.






A propósito da preocupação manifestada pelo Presidente da República, eis o meu contributo:



domingo, 27 de setembro de 2009

Sia Finito…

Findo o período de reflexão, importa realçar a importância que este teve para esta eleição em particular. Quando é que, confrontados com uma escolha, se torna realmente importante reflectir nela? Não quando todas as opções são excelentes, porque qualquer que seja a escolha saímos a ganhar. Não quando existe uma opção excelente e outra medíocre, porque o bom-senso e o instinto de sobrevivência nos empurram para a excelente. A única ocasião em que se torna verdadeiramente importante reflectir numa escolha é aquela em que, fazendo nós a escolha que fizermos, vamos sair a perder. E aí a reflexão reveste-se de toda uma importância, devido à necessidade de tentar minimizar ao máximo as perdas. Espero então que tenhamos reflectido, e muito.

sábado, 26 de setembro de 2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Música Popular Portuguesa

Já que estamos numa onda musical permitam-me que reserve este humilde post para promover uma verdadeira artista, de seu nome Rosinha.



Rosinha é uma artista completa, com o dom da palavra, e que não se coíbe de, através da música, opinar sobre os temas que apoquentam os portugueses. Ora, vejamos um ou outro exemplo:


  • Apito Dourado (vulgo Caso da Fruta)




  • Como poupar na alimentação numa altura de crise






Pouco mais tenho a acrescentar a não ser uma breve mas merecida homenagem ao casting de Rosinha para o último vídeo.




Até uma próxima!
Abraços e beijinhos àqueles cujos cantos da boca em tudo se assemelham aos de Cavaco Silva e Jerónimo de Sousa após proferidas umas breves palavras.




P.S. Se este post serve para alguma coisa é, sem dúvida, para não mais duvidarmos que quando a mulher quer consegue superar todo e qualquer homem. Quim, tu põe-te a pau!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fizestes bem Rita Pereira

Porra, desculpem lá mas já andava com esta presa no goto há algum tempo! A hora é adiantada, mas não dá para aguentar mais - e quase que acabei de fazer um verso para uma música do Angélico. É exactamente sobre isso que vos falo hoje. A música do artista Angélico. Estilo cada um tem o seu. Pode-se gostar, ou não, mas há que respeitar. E eu respeito o de Angélico. Apesar de, confesso, sentir falta do brinco com a pena. É música para as princesas, como suponho diria ele. Nada contra. As damas curtem e o rapaz aproveita.

No entanto, epá há mínimos. E o mínimo, para mim, é alguma correcção gramatical. Senão reparem neste exercício. Leiam o texto e vão seguindo com o vídeo.

A música versa assim “Caem várias flores no meu jardim/algumas delas até bem bonitas/Mas existe uma em especial/que eu quero só para mim.” Até aqui nem melhor, nem pior, que muita música em língua inglesa que para aí anda. As flores caem, as gajas portanto, no jardim dele (leia-se na conversa e possivelmente na cama), mas existe uma - diz ele especial – que ele quer só para ele (pressupõe-se que a tipa é porca e anda aí a rodar.) A partir daqui é que a coisa fica feia. Continua a letra “Essa flor não me deixá conquistar…”(1:22 do vídeo) Oi?! Não me quê? Não me deixá?

Pois não deixá porque ela, se tiver a escolaridade obrigatória, nem sequer está a perceber o que raios é que estás para aí a dizer. Outra. Minuto 0:45. “No problems/ no proquiupações…” Bom, para já depreendo que Angélico não saiba dizer preocupações em inglês (nem em português para o caso). É concerns. Ou worries. Como preferires Angélico, está bem? Quando não souberes pergunta! Sem dramas maré!

Posto isto, pensava eu que já tinha ouvido tudo. Mas, como bom artista que é, Angélico guardou a sua melhor prosa para o fim. Um pequeno rebuçado que vos deixo descobrir, mesmo no final da música. Se se estiverem a perguntar, a resposta é sim. Ele disse mesmo aquilo. Angélico quis deixar, como seu legado artístico para o mundo, uma música onde figura aquele verso. Um verso que ficará para a posteridade e, devido ao qual, os seus netos sentirão na pele uma vergonha profunda, para além de, muito provavelmente, três ou quatro incidentes de bullying. E estive eu aqui a gastar o meu latim num caso absolutamente perdido. Oh well…

Sara Bica: O Regresso

Viva doçuras. Como não queremos ter a Dr. Ferreira Leite a acusar-nos, com indicador em riste, de “Asfixia Democrática” aqui no estaminé, vamos abrir mais uma vez a portinhola da nossa humilde casa cibernética. Como dizem que a primeira vez dói um bocadinho, mas à segunda já sabe bem ela decidiu voltar. A nossa colaboradora feminina preferida (e única, mas esperamos candidaturas) Sara Bica, desta vez apoquentada com…algo. De desagradável. Acho eu.

Nem um tupperware grátis…

Ia escrever sobre enlatados por achar que se tratava de uma temática onde poucos se haviam debruçado. Reflectindo depois sobre o assunto e, como que iluminada por uma mensagem divina, apercebi-me que deveria haver uma razão óbvia para tal. Não querendo ultrapassar o limiar da estupidez que me é própria, caindo assim no ridículo (coisa de que as mulheres costumam fugir), decidi focar-me em funerárias. Ou melhor, sobre uma em especial que, ao que parece, oferece um funeral totalmente grátis a quem se dê ao trabalho de preencher um cupão e a sorte de ganhar o sorteio. “GANHE…UM FUNERAL”, assim publicita o grupo Santiago esta bonita iniciativa.

Tentei participar via postal (sim, porque tiveram a gentileza de dar a oportunidade a quem quisesse participar através da rádio) mas o facto de ser residente nas Caldas da Rainha, para além das outras chatices que me traz, impossibilitou-me de tal. E foi assim que, mais uma vez, me aborreci. E digo-vos sinceramente (e desta forma tão privada) que apenas a perspectiva de não morrer entretanto me aliviou desta carga de negativismo. Mas foi só desta, garanto-vos.

Quanto custa um funeral? Umas quantas centenas de euros. São menos estas quantas centenas de euros que ganho. Vamos lá esquecer a sombra de morte que circunda tudo isto e, se pensarmos bem, fico perder. E se amanhã me morre o cão? Quem é que paga? Moi? Pois… É que não acho bem não dar um enterro digno ao bicho só porque ele não pode discutir a teoria do positivismo comigo. Grande parte das pessoas que conheço também não e não será por isso que se tornam indigentes (acho…). De resto, é o tuguismo que me leva a insurgir contra esta minha falta de sorte em não poder levar para clip_image001casa algo que não me faz, rigorosamente, falta nenhuma. E desta vez nem precisava de comprar um pack de 12 iogurtes.

22 de Setembro de 2009, Sara de Castro Bica

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Uma Campanha Eleitoral esclarecedora.

A poucos dias das Eleições Legislativas 2009 importa fazer um balanço, obrigatoriamente pateta e imbecil por ser feito por mim, do que foi esta campanha eleitoral. E devo dizer que, na minha modesta opinião, foi uma campanha eleitoral do camandro! Ficámos a saber coisas como o hábito que Francisco Louçã tem de andar de transportes PÚBLICOS (provavelmente o pedaço de informação mais óbvio de toda a campanha), que José Sócrates tem filhos e que esses filhos o avisam sobre a conduta a tomar em aparições públicas, que se depender do cão de Manuela Ferreira Leite ela bem pode morrer esturricada num incêndio caseiro porque ele se pisga logo, que Paulo Portas come Sushi to Sashimi todos os dias e que aprecia a punanni de Sharon Stone (informação esta que mudou completamente a minha percepção sobre o que seriam os gostos de Paulo Portas, mas adiante.) Por Jerónimo de Sousa não dei. Não sei se andou por aí, mas eu não o vi.

Agora o que levo de mais querido desta campanha eleitoral é uma esperança para o futuro. É saber que nem tudo está perdido para jovens como eu, jovens que acabaram os seus cursos e encontram as suas oportunidades futuras asfixiadas por uma crise internacional profunda e um país inviável. E essa esperança deu-ma Paulo Portas. Essa esperança chama-se Rendimento de Inserção Social! Segundo o líder do Partido Popular, anda para aí um bando de iluminados que passa os dias em casa ou nos cafés a jogar sueca e que não pagam impostos, nem contribuições, tendo com sorte o transporte escolar e a renda de casa também asseguradas. Perante isto eu digo assim: Espectacular, meus meninos! E digo mais: Onde é que um tipo se inscreve? É preciso fazer casting? Cá para mim deve meter cunhas… Mesmo assim não vou desistir e hoje, mais que nunca, faz sentido uma frase que ouvi, se não estou em erro ao Pedro Tochas, no Curto-Circuito já lá vão muitos anos: Desemprego é opção… para profissão! Finalmente posso dizer que descobri o que quero fazer quando for grande. É estar inserido na sociedade com um rendimento supimpa! E poder continuar a entreter-vos com divertidos escritos, como este que acabaram de ler. Ai Paulo Paulo… Como as hipóteses do PP ganhar as eleições são praticamente zero, se em vez do Corto Maltese preferisses o Dragon Ball ainda levavas o meu voto. Assim, nada feito…

Paulo Portas_PP

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Literatura inclusa

É do senso comum que é quando estamos doentes que mais precisamos dos medicamentos. Dizem-nos que se os tomarmos vamos ficar bem e a maleita nos passa. No fundo, são os nossos melhores amigos para os dias seguintes. Contudo, é aqui que o contra-senso começa. Reparemos: se os medicamentos são nossos amigos, não os devíamos comprar; pelo menos eu dispenso amigos corruptos. Somo ainda constantemente bombardeados, na televisão, com as seguintes frases: “em caso de dúvida consulte o seu médico ou farmacêutico” e “não dispensa a leitura do folheto informativo”. Mas afinal os amigos são aqueles em quem confiamos incondicionalmente ou devemos pô-los sempre em dúvida?
Em todo o caso, e como mais vale prevenir que remediar, opto sempre por ler o tal folheto (também não quero chegar ao ponto de questionar o farmacêutico sobre o meu amigo). Gosto particularmente da secção que fala dos Efeitos Secundários. São vários e todos eles dignos de registo como a diarreia, vómitos, perturbações gástricas, efeitos na condução, etc.. Enfim, tudo aquilo que desejamos ao nosso melhor amigo.

E como se tudo isto não fosse suficiente para abalar qualquer relação, o nosso amiguinho gosta de se fazer difícil. E neste momento, quem estiver a questionar porque é que eu digo que se fazem difíceis, certamente nunca abriu a literatura inclusa e a tentou dobrar novamente. Aquela merda vem tão mas tão bem dobradinha que nem o melhor mestre de origami (Scofield?) consegue fazê-la voltar à forma original.
E é quando chego a este ponto que digo: “Amiguinho, vai-te foder! Não mereces o ar que respiras e por isso vou-te comer!”.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Musicol

Fofuras, sugestões musicais porque há muito não as fazia. Rapidinho. Electrónica, é a vossa onda? Música para soltar a festa, despedindo-nos do Verão com um até já? Ora deixa cá ver o cardápio… A dupla inglesa Simian Mobile Disco com Temporary Pleasure, ainda quentinho a sair do forno. Ou então, também fresquinho, Calvin Harris com Ready for the Weekend. Segue um single de cada, só para experimentarem, se não quiserem não levam está bem? Mas vão levar.

 

 

E pronto, era isto. Se gostam de Hip-Hop atentem no lançamento de Man on the Moon the Kid Cudi, ainda durante este brilhante, esplêndido e maravilhoso mês de Setembro. Uma amostra grátis, numa surumba que mete MGMT e Ratatat.

 

Nada disto é do vosso agrado… deixa ver…Kasabian? Pode ser?! Where did all the love go…

Olha para a minha caminha é que não fugiu o sacaninha… portanto aqui escusam de procurar.

Agora é que não tenho mesmo mais nada, peço desculpa. Mas posso dar-vos o contacto de um colega meu que percebe muito disto.

See Ya.

sábado, 5 de setembro de 2009

Inglourious Basterds

Bem, vou só buscar um copito de leite para acompanhar… e pronto, podemos dar inicio às hostilidades: Inglourious Basterds, a nova alienação mental de Quentin Tarantino. Neste filme, a sua loucura impregnada de genialidade fizeram-no virar a mesa de xadrez e mudar o final da Segunda Guerra Mundial, mas parece-me que foi o seu estatuto já a muito consolidado em Hollywood que lhe permitiu sair incólume de tal extravagância e porventura ao som de aplausos (pelo menos da nossa parte). Qualquer outro "Zé" que tivesse o mesmo devaneio seria rapidamente espancado. O que Tarantino nos traz com Inglourious Basterds não é um retrato exacto de acontecimentos verídicos, mas sim a sua versão gonzo, a sua realidade alternativa desses acontecimentos históricos. É como mergulhar no sonho de milhões de judeus, porque neste filme o holocausto recaí sobre os "malfeitores" dos nazis, são eles que têm a cabeça a prémio.


O filme começa com a emblemática frase “Once Upon A Time… in Nazi-Occupied France”, com uma verdejante planície em pano de fundo, com uma música suave, quase como uma história de embalar. Mas a presença no horizonte de um negro esquadrão nazi arrasta-nos rapidamente para a atribulada realidade que iremos presenciar nas próximas horas. Sim, porque o filme tem quase três horas, mas que em nenhum momento se tornam maçudas. O filme está bem estruturado, dividido em capítulos, bem ao estilo de Tarantino. Ao longo dos primeiros quatro vamos acompanhar duas histórias paralelas, duas histórias de vingança que eventualmente se irão cruzar. A primeira traz-nos Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) uma jovem judia que sobrevive ao massacre da sua família às mãos do Coronel nazi Hans Landa aka “The Jew Hunter” (Christoph Waltz), foge para Paris onde irá herdar um cinema e encontra aí a oportunidade perfeita para os vingar. A outra história coloca-nos perante o grupo lendário que dá nome a nova fita de Quentin Tarantino os Basterds, liderados pelo Tenente Aldo Raine aka “Aldo The Apache” (Brad Pitt) e pelo Sargento Donny Donowitz aka “The Bear Jew” (Eli Roth). Estes destemidos heróis não têm problemas em colocar as suas vidas a disposição do grande e único objectivo que passa por matar nazis... e já agora cortar-lhes o couro cabeludo. Mais tarde eles irão juntar-se a um oficial inglês e a uma famosa actriz alemã, Bridget Von Hammersmark (Diane Kruger) para levarem a cabo a Operação Kino, que tem como objectivo eliminar as altas patentes do Terceiro Reich, durante a exibição de um filme de propaganda “Nation’s Pride” no cinema de Shosanna. Por fim, no quinto e derradeiro capítulo estas duas histórias vão colidir num final absolutamente apoteótico.


A escolha dos actores foi inteligente, como acontece frequentemente nos filmes de Tarantino. Brad Pitt está hilariante com o seu sotaque sulista, mas o destaque vai para alguns actores europeus, sobretudo para o austríaco Christoph Waltz, que rouba completamente o filme para si com um desempenho a todos os níveis notável. O Coronel Hans Landa é uma das mais complexas e interesantes personagens criadas por Quentin Tarantino dada a sua personalidade contraditória, que alterna momentos de charme e delicadeza, com infames momentos de crueldade e calculismo. Este antagonista levou Waltz a vencer o prémio de melhor actor no Festival de Cannes e para mim falo perfilar-se desde já como o grande candidato ao Oscar de melhor actor secundário. Já agora uma palavra de repudio para o sôr Eli Roth, não existem ninguém melhor para desfazer o corpo humano, seja com bastões de basebol ou pistolas, seja como realizador ou actor. Que tal outra profissão sôr Roth?


Inglourious Basterds não é, como foi publicitado, um filme de guerra com acção non-stop. Não deixa de ter a habitual violência Tarantinesca sem subterfúgios, mas é sobretudo um filme sobre a força e o poder das palavras, que são verdadeiras armas de arremesso, verdadeiras granadas. Tarantino coloca, em cenas quase intermináveis, a sua melhor escrita ao serviço de diálogos que vão criando uma tensão quase insustentável - para delícia do espectador: como o interrogatório ao camponês ou a cena do bar quando aparece um membro da Gestapo, mas sempre com um final previsivelmente sangrento. Tarantino consegue ainda misturar no cenário da Segunda Guerra Mundial: conceitos de western, com a apresentação de personagens ao bom estilo Blaxploitation com a inconfundível voz Samuel L. Jackson, plateias de cinema a arder e ainda toneladas e toneladas de chalaças bem negras; isso só está ao alcance de realizadores sagazes e com uma confiança desmedida nas suas capacidades, porque no final de contas tudo resulta. Na última frase do filme, Aldo the Apache diz, “This might just be my masterpiece”. Eu, apesar de achar que o Reservoir Dogs e o Pulp Fiction são duas obras marcantes da história do cinema, digo: Quentin, you might be fucking right. Bem, tenho de ir reencher o copo, cadê a teta da vaca?

Classificação: Orgásmico (Se não levo na corneta, mentira é com convicção)

0 - Pior que cuspir na sopa e bater na avó
1 - Devolvam-me o meu dinheiro...
2 - Piquinho a azedo
3 - Nem bom, nem mau, antes pelo contrário
4 - Capaz de levantar a pila a mortos
5 - Orgásmico

A voz que faltava!

Olá meus queridos. Hoje trazemos-vos novidades! De quais? Das gostosas, pois claro! Preparem-se porque em auspiciosa estreia, temos o prazer de vos apresentar… A voz feminina porque tantos clamavam! Inclusive eu que gostava de acordar de quando em vez com uma ao ouvido. Não sucede. Temos pena… Vamos então misturar um bocadinho de estrogénio para diluir toda a testosterona que para aqui andava sem açaime?!

Vamos lá.

Pela primeira vez….

For the first time…

Erste Mal…

Por la primera vez con strap-on…

Sara de Castro Bica!

Não sei guardar um segredo!?

Pois é, meus caros, o assunto que vos trago não viria à baila caso não fosse impaciente.

Não sei se estarão familiarizados com o fenómeno antioxidante. Caso não estejam, ficarão na mesma visto não ser a pessoa indicada para vos explicar o mesmo. Ainda assim, a fonte da minha indignação – ou de uma das minhas últimas indignações – é um anúncio de televisão que publicita os efeitos deste poder.

Vejamos de onde me vem a comichão. Há coisa de uns meses, talvez desde o princípio do verão, surge uma nova bebida da “Compal” de sabor a amora e chá vermelho. Até aqui tudo bem. Embora já haja sumos de todo o tipo de frutas, há que contar com os esquisitinhos e a nouvelle vague dos “frutos vermelhos” e o seu poder refrescante. Nada tenho a apontar à variedade de produtos desta conhecida marca, queria apenas deixar bem claro que as estratégias de marketing utilizadas para publicitar os mesmos, sendo irritantes, me fazem cócegas nas paredes do estômago, criando uma sensação de azia bem aborrecida.

Para quem não tenha visto o referido anúncio, começa da seguinte forma: - “ Como é uma fruta tão pequena como a amora tem tanto poder anti-oxidante?”. Passo a reproduzir o diálogo interno que se gerou de mim para mim.

Pois, não sei (primeiro embate). Contem lá! Já agora gostava de saber. É sempre giro sabermos umas curiosidades engraçadas. Ah! Espera lá que a “Compal” já revelou o segredo! Hmmm…batuques…E o segredo? Não me digam que contaram o segredo a esta cambada de gente aos pinotes e me deixam nesta agonia. Espero que não seja esse o caso, ou caldo fica bem entornado…

(A tensão aumenta…)

“Agora o poder antioxidante da amora e do chá vermelho vai proteger as células das agressões do meio ambiente”. Olha, boa….Isso é tudo muito bonito, mas o que era mesmo giro era contarem-me o segredo. Isso de se dizer que se tem um segredo e não fazer tenção de o contar, já é por si rude. Mas dizer-se que se tinha um, que já o contaram e não nos porão a par do mesmo só por pirraça, roça a crueldade. É que com franqueza… A não ser que a direcção de marketing da “Compal” seja constituída por adolescentes do sexo feminino, isto não se admite.

Fiquei magoada com a falta de confiança. Mas não se ficam a rir de mim, não senhor. Bem que podem dizer adeus a uma assídua cliente do “Compal de pêra”. Combato a pirraça, amarrando o burro. Mas com maturidade.

 

Sara de Castro Bica

3 de Setembro de 2009

Então, não foi bom? Querem repetir?! Não sei se vão ter sorte, ela é arisca. Mas peçam com jeitinho.  

PS. Uma informação que me parece pertinente. Quando forem ao Mc Donald’s, e vos apetecer Nugguetes de Chicken, não caiam no ridículo de pedir uma caixa de 6. Isto porque uma caixa de 6 custa 2,60€ e duas caixas de 4 – 8 portanto - custam 2€ (cada 1€). Comem mais dois Nugguetes e ainda poupam 0,60€. Porque é que o Mc Donald’s tem esta política palerma? O cheiro das hamburgas deve andar a subir-lhes à cabeça…