sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Literatura inclusa

É do senso comum que é quando estamos doentes que mais precisamos dos medicamentos. Dizem-nos que se os tomarmos vamos ficar bem e a maleita nos passa. No fundo, são os nossos melhores amigos para os dias seguintes. Contudo, é aqui que o contra-senso começa. Reparemos: se os medicamentos são nossos amigos, não os devíamos comprar; pelo menos eu dispenso amigos corruptos. Somo ainda constantemente bombardeados, na televisão, com as seguintes frases: “em caso de dúvida consulte o seu médico ou farmacêutico” e “não dispensa a leitura do folheto informativo”. Mas afinal os amigos são aqueles em quem confiamos incondicionalmente ou devemos pô-los sempre em dúvida?
Em todo o caso, e como mais vale prevenir que remediar, opto sempre por ler o tal folheto (também não quero chegar ao ponto de questionar o farmacêutico sobre o meu amigo). Gosto particularmente da secção que fala dos Efeitos Secundários. São vários e todos eles dignos de registo como a diarreia, vómitos, perturbações gástricas, efeitos na condução, etc.. Enfim, tudo aquilo que desejamos ao nosso melhor amigo.

E como se tudo isto não fosse suficiente para abalar qualquer relação, o nosso amiguinho gosta de se fazer difícil. E neste momento, quem estiver a questionar porque é que eu digo que se fazem difíceis, certamente nunca abriu a literatura inclusa e a tentou dobrar novamente. Aquela merda vem tão mas tão bem dobradinha que nem o melhor mestre de origami (Scofield?) consegue fazê-la voltar à forma original.
E é quando chego a este ponto que digo: “Amiguinho, vai-te foder! Não mereces o ar que respiras e por isso vou-te comer!”.

1 comentário:

Unknown disse...

Mas tu és amigo dos medicamentos! Ficaste assim revoltado por eles não te devolverem a amizade?