quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sara Bica: O Regresso

Viva doçuras. Como não queremos ter a Dr. Ferreira Leite a acusar-nos, com indicador em riste, de “Asfixia Democrática” aqui no estaminé, vamos abrir mais uma vez a portinhola da nossa humilde casa cibernética. Como dizem que a primeira vez dói um bocadinho, mas à segunda já sabe bem ela decidiu voltar. A nossa colaboradora feminina preferida (e única, mas esperamos candidaturas) Sara Bica, desta vez apoquentada com…algo. De desagradável. Acho eu.

Nem um tupperware grátis…

Ia escrever sobre enlatados por achar que se tratava de uma temática onde poucos se haviam debruçado. Reflectindo depois sobre o assunto e, como que iluminada por uma mensagem divina, apercebi-me que deveria haver uma razão óbvia para tal. Não querendo ultrapassar o limiar da estupidez que me é própria, caindo assim no ridículo (coisa de que as mulheres costumam fugir), decidi focar-me em funerárias. Ou melhor, sobre uma em especial que, ao que parece, oferece um funeral totalmente grátis a quem se dê ao trabalho de preencher um cupão e a sorte de ganhar o sorteio. “GANHE…UM FUNERAL”, assim publicita o grupo Santiago esta bonita iniciativa.

Tentei participar via postal (sim, porque tiveram a gentileza de dar a oportunidade a quem quisesse participar através da rádio) mas o facto de ser residente nas Caldas da Rainha, para além das outras chatices que me traz, impossibilitou-me de tal. E foi assim que, mais uma vez, me aborreci. E digo-vos sinceramente (e desta forma tão privada) que apenas a perspectiva de não morrer entretanto me aliviou desta carga de negativismo. Mas foi só desta, garanto-vos.

Quanto custa um funeral? Umas quantas centenas de euros. São menos estas quantas centenas de euros que ganho. Vamos lá esquecer a sombra de morte que circunda tudo isto e, se pensarmos bem, fico perder. E se amanhã me morre o cão? Quem é que paga? Moi? Pois… É que não acho bem não dar um enterro digno ao bicho só porque ele não pode discutir a teoria do positivismo comigo. Grande parte das pessoas que conheço também não e não será por isso que se tornam indigentes (acho…). De resto, é o tuguismo que me leva a insurgir contra esta minha falta de sorte em não poder levar para clip_image001casa algo que não me faz, rigorosamente, falta nenhuma. E desta vez nem precisava de comprar um pack de 12 iogurtes.

22 de Setembro de 2009, Sara de Castro Bica

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