sexta-feira, 6 de março de 2009

Watchmen

Ora cá estamos nós para falar de:

poster_watchmen-final

Uma ressalva prévia: nenhum dos proprietários deste blogue possui um nível de geekness elevado. O mais cromo sou eu, e portanto coube-me a mim escrever esta bela crítica. Quer isto dizer que, à entrada para a sessão a que agradavelmente assistimos em conjunto, nenhum de nós tinha lido a graphic novel na qual o filme é baseado. Uns com expectativas mais elevadas, outros menos, mas todos partilhando um santa e descansada ignorância. A crítica que apresentamos é então direccionada, única e exclusivamente, ao filme. A graphic novel (nome pomposo, mas que no fundo quer dizer banda-desenhada) terá com certeza os seus méritos, que serão muitos (não por acaso, a revista TIME nomeou-a um dos 100 romances do séc.XX), mas como filme a coisa não funciona, não cola.

Depois de um inferno de décadas, onde o filme ia não ia, com vários realizadores ligados ao projecto (entre os quais Paul Greengrass e Terry Gilliam, antigo Monthy Python), e várias vozes a darem a obra como “infilmável”, a produção lá arrancou sob a direcção de Zack Snyder.

Ora Zack Snyder e o seu filme mais conhecido, 300, têm uma grande legião de fãs mas, pessoalmente, sempre me escapou a razão do seu sucesso. Visualmente os filmes são deslumbrantes, mas narrativamente, tanto 300 como Watchmen, parecem desconexos e sem grande drive. O homem tem dedo para fazer cada plano parecer muito cool, mas escapa-lhe a big picture. Como espectador, nunca senti que estivesse a assistir a uma história bem contada, nem sequer muito perceptível ou, e isto é mais grave, interessante. Todos os fãs conhecedores da história poderão apreciar ver finalmente as suas queridas personagens no ecrã, mas para todos os outros o que fica é uma sensação de estranheza, como se para tirarmos todo o partido do filme tivéssemos que ter lido o manual (BD) antes. E, sinceramente, um filme deve funcionar por si só.

Para quem nunca viu o filme, nem leu a obra, este começa com o assassinato de Comedian. É este acontecimento que vai despoletar a acção, na forma da investigação de Rorscharch, personagem que nos introduz a uma realidade alternativa, recheada de super heróis e onde o terror da Guerra Fria continua bem presente. A partir daqui ficamos a saber a história de todos, numa espiral de flash-backs que não contribui em nada para a fluidez do filme e que acaba por tornar as 2h40m! de duração bem cansativas. Pelo meio, de forma a evitar um adormecimento colectivo, vão sendo introduzidas cenas de uma violência brutal, ou então de sexo. São as duas opções disponíveis.

Como pontos positivos temos a componente visual do filme, algumas interpretações (duas para ser mais concreto), a de Jackie Earle Haley como Rorscharch e de Jeffrey Dean Morgan, como Comedian e Malin Akerman. Não a actriz Malin Akerman, mas a gaja boa Malin Akerman. Muito parecida por acaso com uma apresentadora/modelo da nossa praça. Ora digam lá:

 malin-akerman coelho 457

Não são como duas gotas de água?! E, já agora, Helena Coelho quase que aposto um pêlo que tenho encravado no sovaco, não faria pior figura que Akerman. (Mítica cena, onde um gajo azul todo nú revela um segredo chocante a Akerman. É um clínico de representação!) De referir ainda que Helena Coelho teve um filho com o antigo jogador do Benfica e do FC Porto, Marco Ferreira.

marco_ferreira

E ainda dizem que o mundo não caminha para o fim…

Finalmente, e como homenagem ao falecido Comedian, a piada maior talvez seja o facto do filme ser fraquinho, mas até ter bons momentos perdidos no meio de uma grande salganhada. Tanto assim é que, a mim, deu-me para ir ler a BD. E mesmo não sendo apreciador do veículo, rais parta se não é mil vezes superior ao filme. Mais que não seja por isso, pode ser que tenha valido a pena a película ter visto a luz do dia. Por outras razões, porventura tinha sido melhor deixar a BD sossegada entre os 100 romances do séc.XX. Porque o filme esse, de certeza, não vai figurar entre os 100 melhores do séc.XX e também não vai figurar entre os melhores do séc. XXI

Classificação: Piquinho a azedo

0 - Pior que cuspir na sopa e bater na avó

1 - Devolvam-me o meu dinheiro...

2 - Piquinho a azedo

3 - Nem bom, nem mau, antes pelo contrário

4 - Capaz de levantar a pila a mortos

5 - Orgásmico

2 comentários:

Unknown disse...

Eu bem disse que elas eram parecidas (podias ter posto uma foto da Malin Akerman de cabelo preto). Este olho não falha!
Diga-se, a bem da verdade, que com um filme tão fraquinho era fácil arranjar outro passatempo (associar caras novas a outras já conhecidas) para o cérebro não desligar por completo :)

Paulo Pereira disse...

Pronto Dr. não quero que lhe falte nada! :P