segunda-feira, 9 de março de 2009

Sexo dos Transeuntes

Boas tardes, dias ou noites, conforme a zona do globo onde nos estejam a ler neste momento. Hoje quero partilhar convosco uma constatação horrenda, que teve o desprazer de me ocorrer numa recente viagem de automóvel. Desde já alerto para o facto de não ter a certeza se este fenómeno se estende a outras zonas do país, ou se está circunscrito à área onde resido, a solarenga Charneca da Caparica.

Por entre várias características que a tornam única, algumas delas já descritas neste blogue, a solarenga (cá está mais uma característica que deriva da adjectivação) Charneca da Caparica possui, no entanto, uma que, presumo, seja única. Nesta espectacular terra, não se consegue distinguir o sexo das pessoas, até estas estarem perigosamente perto de nós. Explicações pode haver, e de certeza há, várias mas eu só consegui pensar numa, porque sou preguiçoso: a existência de uma feira semanal, no terreno contíguo ao Mercado Municipal. Acontece que, aqui, toda a gente veste os mesmos fatos de treino Adibas, os mesmos casacos com forro felpudo e padrão de xadrez, e os mesmos chapéus de plástico. Todos estes itens à venda por um extraordinário preço na feira semanal da Charneca da Caparica. Feira esta, para os interessados, que ocorre Sábado e Domingo, da parte da manhã. Um concelho: se tiverem mesmo que vir escolham o Domingo. Isto porque Sábado, devido à concorrência feroz da feira de Corroios e outras, a presença de feirantes e respectiva oferta de bric-a-brac e pronto a vestir, não é tão forte. Domingo ficam melhor servidos.

Ora, esta impossibilidade de reconhecer o sexo dos transeuntes cria várias dificuldades. A primeira, e mais evidente, é a dificuldade em identificar possíveis parceiros sexuais. Isto claro, partindo do princípio que alguém quereria ter relações sexuais com alguém que desfilasse uma indumentária semelhante àquela descrita em cima. A segunda, e visto todas estas roupas serem bastante estranhas, é nunca sabermos se estamos perante apenas mais uma pessoa com fraca carteira e gosto em moda, ou alguém que transporta no bolso uma afiada ponta e mola, pronta a tirar-nos um rim cá para fora.
A terceira, e não menos importante, é não sabermos qual o sexo da pessoa que acabámos de atropelar, quando passamos de carro por cima de alguém numa passadeira. Se estão chocados, fiquem sabendo que na Charneca isto acontece amiúde. E se estão atentos a este post, também já perceberam que foi durante a ocorrência de um destes últimos casos que tive esta epifania. Mas descansem. Aqui, de onde vos falo, ninguém dá muita importância a isso.

Sem comentários: