domingo, 12 de abril de 2009

Hombre, eso no es um pañuelo…

Saudações leoninas! E pronto, assim de maneira quase indolor assumo a minha filiação clubística. Porquê? Porque hoje, dia 12 de Abril de 2009, assumo também que me encontro solidário com Quique Flores, mister da Associação Desportiva localizada nas traseiras do Colombo.

Todos temos direito a exprimir o nosso desagrado em relação a algo. E quem segue a bola, sabe bem que os adeptos dos dois maiores clubes de Lisboa têm razões de sobra para estarem insatisfeitos, daquela forma que quase provoca o vómito. É também normal que, quando os adeptos desejam ver um treinador pelas costas, lhe comecem a acenar com uma série de  pañuelos, sejam eles de papel ou de tecido. O importante é que estes tenham a cor branca. Desconheço a origem desta manifestação de desagrado, que não é exclusiva dos estádios desportivos, mas a verdade é que esta funciona particularmente bem neste tipo de recintos, ainda para mais se for acompanhada de um bom coro de assobios.

Perante as últimas exibições do Benfica, era expectável que num dos próximos jogos em casa Quique Flores fosse brindado com uma série de lenços Renova ou, se formos mais poupadinhos e preferirmos o Lidl, Floralys Soft a agitar nas mãos de hordas de adeptos enfurecidos. A propósito, confesso que ver alguém a bufar de fúria, que quer exteriorizar toda a sua raiva, e que a forma que encontra de o fazer é agitar um muito rabichola lencinho branco, me parece, por si só, hilariante.

Mas o que aconteceu hoje no Estádio da Luz foi mais grave. O que aconteceu hoje revela, por parte da comunidade benfiquista, requintes de uma malvadez sinistra. O que aconteceu hoje foi planeado com antecedência e, mais grave, partindo do pressuposto de que o clube que se julga do coração perderia escandalosamente. Hoje, Quique Flores viu não só lenços brancos, mas lençóis brancos. Sim, daqueles de pôr na cama. Sigam-me neste raciocínio. Os benfiquistas teriam de acreditar piamente, e com alguma antecedência, na derrota do seu clube, engendrar todo um plano que lhes permitisse levar um lençol para dentro do estádio, passar todo o jogo na esperança de que a Académica marcasse um golo, esperar que esse golo fosse o suficiente para, pelo menos, garantir um empate aos estudantes e, só aí, desfraldar o lençol do descontentamento. Só aí eles seriam felizes. Ora isto, meus caros, é ruim e perverso demais, até para um benfiquista. Se mostrar um lenço branco é o equivalente a dizer “Quique, queremos ver-te bem longe do balneário benfiquista na próxima época”, mostrar um lençol branco é o equivalente a dizer, mais ou menos, “Quique, queremos untar-te com mel e dar-te a comer aos ursos, enquanto te passamos com uma Gillette nos mamilos, meu grandessíssimo bastardo de uma égua!” Ou qualquer coisa de equivalente.

E isto, por mais divertido que possa parecer, é despropositado. Por tudo isto, Quique, daqui te envio o meu apoio incondicional enquanto estiveres no comando técnico do Benfica! Por tudo isto, e porque sou do Sporting! Mas mais por tudo isto!

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