terça-feira, 17 de novembro de 2009

Uma noite mal passada.


Atenção: Este post contém Spoilers sobre o filme Anti-Christ!


Meia-Noite de Sexta-Feira, dia 13. Três estarolas dirigem-se para o Centro de Congressos do Estoril, a fim de assistir ao filme Anti-Christ de Lars Von Trier. Assim começa o relato de uma noite agonizante. Bem feita, para não terem a mania que são pseudo-intelectuais. Tudo começou a correr mal logo à hora de jantar. O bilhete que me daria acesso à sessão, e que tinha sido cautelosamente adquirido uma semana antes, acabou soterrado num carinho de lixo do centro comercial Campo Pequeno, por baixo de caixas de papel do Burguer King, copos com restos de coca-cola, e folhas para tabuleiros dos mais variados restaurantes. Ainda ponderei assumir uma postura Comando, e enfiar lá as patinhas tentando achar o pequeno bilhete mas, como todo o ser humano, tenho cagufa do desconhecido e do que poderá existir dentro de carrinhos de lixo de centros comerciais. Maldizendo a minha sorte lá partimos para o Estoril, na esperança de que a sessão não estivesse esgotada. Não estava, mas quase. Com a sala bem compostinha, lá se apagaram as luzes e começou o filme...

A partir daí, foram 1h40m da maior demência cinematográfica a que tive o desprazer de assistir durante a minha ainda curta existência. Consta que Lars Von Trier vivia uma profunda depressão durante o período em que realizou esta película. Basicamente, isso nota-se. Não querendo entrar em território de spoilers, mas no fundo entrando, desde close ups de pentrações no duche (primeiras três pessoas abandonam a sala), passando por agressões com barrotes no próprio do barrote (metade da audiência pensa para si mesmo "acho que deixei um tacho ao lume...) e acabando em mutilações genitais, (fuck it, quem ficou até aqui já está por tudo!) qualquer coisa vale para Lars Von Trier chocar a audiência.

Pelo meio temos o momento Fantastic Mr. Fox do filme, em que uma simpática e até então perfeitamente normal raposinha decide abrir a boca e falar (dizendo "Chaos Reigns"), sem que nada o fizesse prever e transformando a partir daquele momento um filme de terror num conto de La Fontaine. Até à parte da agressão com o barrote. Aí passamos talvez para um porno sado-maso, série B.

Resumo da película em 3 pontos:
1) As gajas são más como as cobras;
2) As teses de mestrado esfrangalham a cabeça de uma pessoa;
3) Nunca deixar a mulher ficar por cima, principalmente se houverem objectos contundentes ou cortantes por perto. É estranho ter que se reforçar este ponto, depois do mundo já ter assistido a dois filmes da série Instinto Fatal.

E pronto. Recomendável?! Não, nem por sombras, até porque se arriscam a que a outra pessoa ganhe um medo incomensurável de ficar fechada convosco em espaços escuros, para o resto da sua vida. Mas que é um filme que não deixa ninguém indiferente é inegável. E como diz Hank Moody "That's got to count for something, right?!"

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