quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Como vender um Inimigo

A propósito da estreia nas salas portuguesas de Public Enemies, mais recente filme de Michael Mann, torna-se interessante verificar as diferenças na forma como o filme foi “vendido” na Europa e nos Estados Unidos, e o que essas diferenças dizem acerca dos públicos europeu e norte-americano. Aqui ficam o trailer norte-americano, primeiro, e depois o trailer internacional. (Leia-se direccionado ao mercado europeu, de onde provém uma fatia de lucros tão grande ou, em alguns casos, superior aos lucros norte-americanos.)

 

Interpretações pode haver muitas e, mesmo correndo o risco de estar a ser chato para xuxu, vou aqui deixar a minha.

O que fica do trailer norte-americano é um filme carregado de testosterona, sequências de roubo vertiginosas e preciosas one-liners. Por outro lado, o trailer internacional opta por realçar uma forte componente experimental, que tem sido habitual nos últimos filmes de Michael Mann, e apresenta, sobretudo, diálogos e relações entre personagens. Não deixa de ser caricata esta visão norte-americana de que tudo o que é europeu vê filmes franceses e está muito preocupado com a componente autoral do cinema.

Para terminar dizer só que, talvez por ter nascido em Portugal, prefiro claramente o trailer internacional, mesmo que Portugal se qualifique à rasquinha como Europa. Enfim, cabeças do marketing norte-americano, para que saibam estão a fazer um bom trabalho. Estou, claramente, dentro da média.

Se alguma coisa do que acabei de escrever tiver feito algum tipo de sentido para vocês encantado! Se não, por favor esqueçam este pedaço de prosa e continuem a vir aqui ao estaminé, até porque existem mais dois malfeitores que, disse-me um PIDE, escrevem coisas muito supimpas! Até lá…

P.S. O filme, para minha grande desilusão, é cocó. Mas isso fica para outras núpcias…

Sem comentários: