segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ídolos


Não se pode dizer que as noites de domingo sejam muito animadas. A perspectiva de levantar cedo e ir trabalhar no dia seguinte, depois de dois maravilhosos dias de remanso, é, por si só, suficientemente deprimente para arruinar todo este dia. Que até nem tem culpa. Assim, imbuído deste espírito, decidi ontem enrolar-me numas mantinhas, calçar umas meias quentes, preparar um cházinho e umas bolachas e ver o programa "Ídolos". De referir que segunda-feira não trabalho, mas achei por bem mostrar a minha solidariedade para com os que trabalham, juntando-me deste modo à depressão colectiva.

Para quem está deprimido, ver o Ídolos nesta fase pode já não ser a terapia indicada. Isto porque o programa se aproxima do fim e os concorrentes que sobram são, em teoria, todos eles muito bons. Muito provavelmente melhores naquilo que fazem do que você. Já não há cromos, já não há azeitolas e do pessoal esquisito só sobrou o Carlos.

Até os membros do Júri parecem aperceber-se que, neste momento, representam pouco mais que bric-à-brac decorativo, não decidindo patanisca. E, como tal, desenvolveram uns interessantes padrões discursivos. O desafio é definir, em cinco linhas, o que cada um deles representa e diz todas as sacanas de todas semanas.

Manuel "Agente de Viagens" Moura dos Santos - Dedica-se a identificar qual a praia adequada para cada concorrente. Por norma é mau e parece-me que alguém da produção lhe deve dinheiro.

Roberta "Psicóloga" Medina - O seu papel é avaliar estados de espírito. "Tem vindo a parecer mais triste, hoje cê me pareceu mais solto, com mais alto-astral...", por aí. É sempre mais simpática para o Filipe.

Laurent "Ou tens ou não tens" Filipe - Para este elemento o Mundo explica-se por timbres. A Diana tem um timbre bonito, mas a Madonna não tem. Há timbres agradáveis, únicos, suaves, simpáticos etc. É mais bonzinho que o Manuel.

Pedro "O Constatador..." Boucherie "...Do Óbvio" Mendes - Gosta de enumerar factos históricos relativos às músicas. Mas a sua principal função é realçar características dos candidatos que, no seu entender, deveriam ser do seu auto-conhecimento, terminando com a catch-phrase "Sabes disso, não sabes?!"

Dito isto, gostava que ganhasse a Diana.



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