quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sons do Cacete!

Para esquecer a copiosa derrota do Sporting Clube de Portugal, wave your hands in the air like you just don't care!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Eu não sei bem quem tu és, sei que gosto dos teus pés...

Antes de mais alguns pontos prévios: não associo automaticamente filmes falados na língua de Camões a desperdício de celulóide, acredito que há talento e capacidade para fazer bons filmes em Portugal e louvo o esforço recente de criar filmes com apelo comercial, que juntem novamente na mesma sala o público desavindo e um filme português.

Dito isto, o novo filme de António Pedro Vasconcelos é, claramente, um filme falhado. Este era um daqueles filmes que, à partida, eu desejava adorar. Por várias razões: primeiro para provar que é possível conciliar cinema português inteligente com apelo comercial. Segundo, porque fiquei agradavelmente surpreendido com “Call Girl”, que já percorria esse caminho conciliador, e torcia para que “A Bela e o Paparazzo” viesse confirmar essa tendência. Terceiro, porque se assim fosse cairia o mito de que o cinema português apenas vive em dois extremos: Ou nos juntamos ao bando de intelectuais de Oliveira e seus pares, ou nos sujeitamos à desesperante falte de qualidade de filmes como “Corrupção” ou “Second Life”.

Por tudo isto, quando me sentei na sala de cinema, o medo ecoava-me na cabeça na forma de uma frase: “Tó-Pê, tu não me falhes!”. Agora que penso bem, e já depois de ter visto o filme, os sinais iniciais não eram os mais animadores. Começando na troca de título, de “Fama” para “A Bela e o Paparazzo”, passando pelo desinspirado cartaz promocional e acabando nos primeiros versos da banda sonora composta por Jorge Palma, tudo neste filme parece ter acertado ao lado do pretendido, apesar das excelentes intenções e esforços.

Apropriando-me de uma ideia de um colega de Blog, Tiago Antunes (que não vai dar pela falta dela, até porque ele se está marimbando para este espaço) “A Bela e o Paparazzo” são dois filmes num só. Uma comédia bastante interessante que tem o seu epicentro num apartamento dividido por três amigos, e na qual o protagonista Nuno Markl cria uma personagem divertida e carismática sobre a qual queremos saber mais, e uma desinteressante e insípida comédia romântica, com dois protagonistas desenxabidos que vivem dramas existenciais. Tudo isto, e só nos cobram um bilhete à entrada. Nesse sentido é uma poupança.

O principal problema está no casting. Soraia Chaves é sofrível como Mariana, a menina de revistas e telenovelas, que se encontra desgostosa por ter traído a sua arte. Cada vez que ela solta um “a minha vida era toda ela ficção, e tu...tu és de verdade!” tudo aquilo soa a tão verdadeiro e dramático como um engate do Zezé Camarinha. Mariana, como representada, não passa de uma miúda mimada, fútil e, sobretudo, pouco inteligente, que desespera facilmente em situações que com um pouco mais de arte seriam de fácil resolução. Até porque todos aqueles que a rodeiam, como o agente de Virgílio Castelo e o realizador gay de Nicolau Breyner, também não parecem primar pelo desenvolvido intelecto. É difícil criar qualquer tipo de simpatia por Mariana. Em vez disso, a vontade que dá é espetar-lhe um bom par de estaladas e gritar-lhe “Se tu estás desesperada imagina quem tem de te aturar!”. A juntar a tudo isto, o tom caricatural com que o universo que rodeia Mariana e as pessoas que nele se movem são retratadas não ajuda à coerência e verosimilhança da história. Ali não há pessoas, há bonecos. Marco D’Almeida não está melhor com o pouco que lhe dão para fazer. É um fotógrafo, que teve de “crescer” e desistir do seu sonho, tornando-se Paparazzo. Ohhhhh...... coitadinho. Depois apaixona-se pela Mariana e tem um estranho fascínio por andar descalço. The End.

Nuno Markl tem a melhor interpretação do filme, conferindo a este os poucos momentos interessantes que tem, no papel de um desocupado cheio de ideias e com histórias de vida do camandro. Dizer que Nuno Markl “rouba” todas as cenas em que entra é dizer algo sobre as restantes interpretações e sobre o próprio argumento. É como se Tiago Santos, argumentista, tivesse criado situações e personagens que realmente lhe diziam algo e com as quais se preocupava, e depois uma história de amor polvilhada de bonecos para encher o resto das páginas.

Menção honrosa para Vírgilio Castelo, Maria João Luís e o já citado Nuno Markl, que com o seu talento dão um colorido especial a um agente sem escrúpulos, uma editora que faz um uso curioso de palavrões e pasteis de nata e um indivíduo genialmente preguiçoso.

Próximo do final do filme há um momento em que Marco D’ Almeida e Maria João Luís têm uma conversa. Nessa conversa fica espelhada a falta de sentido do filme. A personagem que nos arranca um acenar de cabeça e nos faz ficar do seu lado é a editora e não o agora arrependido paparazzo. Não me parece que o objectivo final de uma comédia romântica fosse torcer pelos supostos vilões, mas dêem-me antes uma hora com as aventuras e desventuras da ordinária editora do que 10 filmes sobre a entendiante história de Mariana e João. Ah, já me esquecia! No meio disto tudo, há um tipo que faz sushi.

Classificação: Devolvam-me o meu dinheiro...

0 - Pior que cuspir na sopa e bater na avó
1 - Devolvam-me o meu dinheiro...
2 - Piquinho a azedo
3 - Nem bom, nem mau, antes pelo contrário
4 - Capaz de levantar a pila a mortos
5 - Orgásmico

Abel de MAN

Abel Xavier chama-se agora Faisal. Depois de se ter convertido ao islamismo, Abel Xavier decidiu mudar a única coisa normal da sua pessoa – o nome. O cabelo, a barba, a cor dos olhos e os brincos permanecem. Conclusão a tirar disto: é mais fácil incutir uma religião que o bom gosto.

Abel Xavier antes da conversão Abel Xavier depois da conversão

Segundo o mesmo, a conversão deveu-se ao auxilio e à paz que o islamismo lhe trouxe em períodos dramáticos da sua vida. Faisal rejeita a vertente extremista do islamismo, diz-se um homem de paz e um muçulmano moderado. Presumo que muçulmano moderado seja o equivalente a católico não praticante, conceito pelo qual guardo um especial carinho no meu sovaco, e que faz tanto sentido como o botão de ar frio no secador de cabelo.

Se há valor que eu aprecio é a moderação. Os excessos fazem mal à pele e as abstinências cheiram a leitinho. Portanto sim senhor Abel, muçulmano moderado é o caminho. Mas devias ter pensado nisso antes de aceitares o nome sugerido pelo xeque Taleb Al-Qasimi. É que Faisal, segundo Abel, significa “espada afiada”. A espada “que separa o bem do mal”. Ora, ponho-me eu aqui a adivinhar, a espada que separa, literal e figurativamente falando, o bem (islamismo) do mal (infiéis). Um nome que assentaria que nem uma luva a um qualquer cabecilha da Al-Qaeda, mas que num muçulmano moderado cria alguma estranheza.

Sejamos sinceros. A conversão de Abel Xavier resume-se numa palavra: Poligamia. Quer acreditemos quer não, Abel Xavier tem um razoável sucesso junto do mulherio, naquele target caracterizado pelas Nereidas e Jennas Jamesons destas nights. Para quê contentar-se com apenas uma destas que ilustra a foto abaixo, se podemos contar com três ou quatro, muitas vezes todas ao mesmo tempo? Além do mais, a rapariga pode ter ar de muita coisa, mas de ciumenta não é de certeza.